Dados recentes mostram mudança no perfil dos acidentes e reforçam a necessidade de prevenção em operações logísticas
Entre 2022 e 2024, os impactos contra pessoas e objetos se tornaram a principal causa de acidentes de trabalho no Brasil, ultrapassando os casos envolvendo máquinas e equipamentos. Segundo o Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho (Smartlab), foram registrados 261 mil acidentes dessa natureza, representando 15,5% do total, enquanto os acidentes com máquinas contabilizaram 160.874 ocorrências (9,53%) no mesmo período.
Essa mudança rompe a tendência histórica entre 2012 e 2021, quando os acidentes com máquinas lideravam o ranking de causas notificadas pelo INSS. As comunicações de acidentes de trabalho (CAT) indicam que os impactos contra pessoas e objetos envolvem contato físico entre trabalhadores e elementos móveis ou fixos no ambiente de trabalho.
Além disso, os acidentes com veículos de transporte somaram mais de 144 mil registros (8,55% do total). “Isso significa que as principais causas de acidentes estão presentes em operações logísticas, o que demanda medidas preventivas urgentes no setor”, alerta Afonso Moreira, CEO da AHM Solution, empresa especializada em gestão de riscos na cadeia de suprimentos.
Ele ressalta que os riscos aumentam em locais onde máquinas e pedestres circulam juntos, como armazéns e centros de distribuição. Como solução, destaca a tecnologia HIT-NOT, desenvolvida por um ex-engenheiro da NASA. O sistema utiliza campo magnético para criar uma zona de alerta invisível ao redor de máquinas e veículos, emitindo sinais sonoros, visuais e vibratórios quando um trabalhador entra na área de risco de até 30 metros.
“A prevenção não é só segurança, mas também economia e produtividade”, afirma Moreira. “Tecnologias como o HIT-NOT reduzem custos com afastamentos e indenizações, permitindo que máquinas operem com mais liberdade sem comprometer a integridade dos trabalhadores.”
Segundo ele, a mudança no perfil dos acidentes exige atenção redobrada dos gestores. “Soluções inovadoras apontam o caminho para ambientes mais seguros e eficientes”, conclui.

