IRPF é um assunto que conseguimos falar por horas e horas com as justificativas: E se? Um amigo meu lança e nunca deu problema. Não dá para vocês fazerem igual ao do ano passado? A minha é tudo igual, não mudou nada, só o banco. E lá no extrato está tudo o que não foi declarado…

Este ano completo 20 anos de vivência com IRPF (foi um dos primeiros assuntos técnicos que me envolvi na contabilidade), quase uma vida né, e mesmo assim, aprendemos todos os dias. E trazer experiências também é trazer conhecimento.

Durante a semana aconteceu algo curioso, atendi um cliente que trazia uma dúvida referente a este tema mas, possuía uma MEI, rendimentos do INSS e rendimentos como CLT (empregado), a conversa começou com algumas dúvidas sobre como declarar as rendas e, sinceramente, para isso não há segredo mas, há algumas pegadinhas no caminho.

Assim, fomos por partes, o primeiro passo é verificar o faturamento e as despesas da MEI para apurar o lucro da empresa, que é o valor que a Receita estima que vai para a pessoa física (empresário), é minha gente, não é tudo o que entra que é renda do empresário e muito menos 1 salário mínimo como muitos declaram. Aqui já foi difícil, a pessoa tinha feito a declaração do Mei no Sebrae, não pegou nenhum comprovante e não tinha certeza da renda declarada, já facilitou, aí ligamos o modo investigador e com algumas senhas conseguimos acessar o documento enviado.

O segundo ponto foi verificar qual era o benefício do INSS pois, muitos deles são cancelados por conta do beneficiário ter outras rendas, solicitamos a tão querida senha GOV BR, que vem no nível bronze e ainda precisamos pedir para aumentar o nível de confiabilidade mas, isso já foi tema de matéria aqui, voltem lá para entender.

Aqui percebi que o cliente já estava incomodado com tantas perguntas mas, contabilidade é isso, precisamos de transparência, uma informação oculta pode causar danos irreversíveis.
Com muito jeito consegui extrair do cliente que o benefício era de auxílio-reclusão, e que ele não estava gerando as guias do MEI pois estava recebendo o benefício. Eu, na minha transparência excessiva disse: ‘Vou verificar aqui se realmente está correto pois entendo que não poderia mas, como é o meu primeiro caso com auxílio-reclusão, vou verificar e retorno.”

E a resposta foi um presente, é eu acho que foi sim pois, as vezes, precisamos colocar os pés nos chão e entender que nem todos que passam por nós conhecem a nossa jornada…

Resposta: “Teria alguém que entenda bastante do assunto pra me atender? Não desfazendo de vc, mas assim eu estou perdida rs, e vejo que vc também está iniciando e procuro uma contabilidade justamente pra poder esclarecer tudo pra mim”. Essa foi a resposta, resposta essa que deu uma ardida mas, que depois eu entendi. O assunto realmente é complexo e muitos fingem saber de tudo para não mostrar fragilidade mas, seguimos.

Disso tudo eu trago para vocês algumas dicas valiosas:

1 – Nunca entregue tudo nas mãos de um terceiro, seja ele quem for, um contador, um órgão público, um familiar, tenha sempre o seu arquivo pessoal.

2 – Sempre que fizer uma senha, seja ela de um simples e-mail ou de acesso a aplicativos anote e guarde com carinho, muitas pessoas têm problemas ao fazer estas senhas com pessoas que não são de confiança.

3 – Ao consultar um profissional, abra o jogo, só assim ele poderá te ajudar.

4 – E não, as pessoas não sabem tudo, mesmo se especializando, tenha medo de quem te dá muitas certezas.

5 – Antes de montar a sua declaração de IRPF deste ano, puxe a pré preenchida e veja o que a Receita já tem informado.

O conhecimento só existe quando é compartilhado.
Assim aprendemos juntos.
Assim crescemos juntos.
Assim ganhamos todos!
” (autor desconhecido)

Quer entender melhor e conseguir fazer a leitura da sua declaração? Vem, que no caminho eu te explico!

Quer ler sobre mais temas? Deixe suas dúvidas e sugestões aqui nos comentários.

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *