Foto: Iago Seo

Da Redação. Por: Iago Seo e Elaine Lina

Menos de um mês depois de Atibaia se tornar a capital nacional do morango, é lançado oficialmente o Projeto Jiritsu, que traz uma nova diversidade de morangos doces e coloridos

No último sábado (13), a Secretaria da Cultura de Atibaia recebeu no Cine Itá o Projeto Jiritsu, trabalho de pesquisa de iniciativa privada com apoio da prefeitura de Atibaia por meio de sua Secretaria de Agricultura. O projeto é de responsabilidade do produtor e pesquisador Aflânio Tomikawa, que busca criar uma nova diversidade de morangos nacionais intitulados Xavante, Sami e Gali, além das variedades gourmet do fruto, nas cores branco, rosa e vermelho.

Annibale Tropi Somma, Gabriel Sola, Glória Diniz e Júlio Mendes (Foto: Iago Seo)

O evento de lançamento das novas espécies contou com as presenças de convidados e autoridades locais, como o secretário de Agricultura, Gabriel Sola, a da Cultura, Glória Diniz e do de Desenvolvimento Econômico, Annibale Tropi Somma, que afirmou: “O projeto é de extrema importância para mantermos e sustentarmos o Título de Capital do Morango. Podemos não ser mais os maiores produtores, mas certamente teremos os melhores frutos e sairemos na frente com lançamentos inéditos como os de sábado passado. Além da imagem estamos, através da iniciativa privada, promovendo estímulos aos antigos e a novos produtores que, com inovação e criatividade, estarão agregando cada vez mais valor a seus produtos. Outro ponto positivo é que a cada lançamento e inovação, se tornam multiplicadores, fortalecendo cada vez mais a cadeia produtiva e colocando novamente Atibaia no rumo dos maiores produtores.”

Aflânio
Aflânio Tomikawa (Foto: Iago Seo)

Durante a cerimônia, o produtor apresentou três novas variações de morango: a Xavante, a Sami e a Gali. Os frutos cultivados em Atibaia a partir de cruzamentos genéticos, apresentam um sabor mais doce, com cores intensas e bem adaptados às condições de cultivo no Brasil – o que lhes conferem uma alta capacidade de produtividade. O presidente da Câmara dos Vereadores de Atibaia, Júlio Mendes, também esteve presente e disse que “Aflânio não criou três variedades de morangos, ele criou três esperanças”.

Nós vivemos em um país tropical, diferentemente dos países em que são desenvolvidos esses materiais genéticos. Então muitas vezes quando esses materiais vêm ao nosso país, eles podem se adaptar ou não. E a má adaptação acaba causando prejuízos”, contou Tomikawa durante a cerimônia.

Além de inovar na produção de variabilidade do fruto, o projeto apresenta uma possibilidade de impacto econômico direto nas cultivares nacionais. Para o pesquisador, a maior produtividade do fruto acarreta uma cadeia de economia imprescindível, em que seu crescimento gera o aumento da área cultivada e, consequentemente, maior arrecadação. O aumento da produção e a viabilidade econômica incentivam o produtor rural e a fixação do homem no campo, fomentando mais a logística econômica entre cidade e campo.

O morango branco, rosa e vermelho.

O fruto branco é originário do centro e sul do Chile e, segundo historiadores, soldados e engenheiros a serviço do então rei da França, Luís XIV, teriam levado alguns exemplares para a Europa. Consequentemente, foi disseminado para o resto do mundo, especialmente para a América do Norte. Com o passar dos anos, a espécie deixou de ser um produto economicamente rentável em decorrência da baixa produtividade e o morango descolorido quase se perdeu na história.

O primeiro cultivo comercial dos morangos brancos ocorreu na Holanda e na Bélgica, em 2010. Hoje, a Holanda é um dos principais produtores da Fragaria x ananassa (nome científico do fruto). Os que provam da fruta relatam um sabor e aroma semelhantes aos do abacaxi.

Diante desse cenário sobre os morangos brancos no mundo, em 2018 o Projeto Jiritsu começou a ganhar forma. Realizando o cruzamento das espécies até chegar no famoso morango branco, que, diferentemente do conhecido mundialmente (que possui um sabor acentuado, similar ao do abacaxi), o exemplar produzido em Atibaia possui sabor doce, firmeza e tamanhos distintos.

Além do exemplar branco, o rosa e o vermelho intenso também ganharam destaque na cerimônia. Tomikawa diz que pretende criar outra diversidade de cores para as frutas.

O trabalho já vinha sendo desenvolvido no Japão, Estados Unidos e Espanha. Agora estamos desenvolvendo aqui no Brasil, e a grande inovação vai ser o rosa, pois parece que poucos têm se dedicado a essa pesquisa”,afirma o produtor sobre os trabalhos de cruzamento do fruto.

O projeto promete atender às demandas dos produtos e consumidores, e marcará presença na tradicional Festa das flores e dos Morangos que ocorrerá em setembro deste ano em Atibaia – cidade que recebeu em julho o título oficial de “Capital Nacional do Morando” (veja matéria).

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