Setor exige mais profissionalização, estratégia e estrutura por parte dos influenciadores e agências

O marketing de influência segue em ritmo acelerado de crescimento. Segundo levantamento da Statista, o mercado global de creators deve movimentar US$ 33 bilhões em 2025, quase o triplo dos US$ 9,7 bilhões registrados em 2020. O dado confirma que o setor deixou de ser tendência e se consolidou como parte central das estratégias de comunicação e publicidade das marcas.

O avanço é impulsionado pela transformação digital nos hábitos de consumo. Conteúdos como vídeos curtos, avaliações de produtos e a conexão direta entre criadores e público tornaram-se mais eficientes na decisão de compra do que modelos tradicionais de publicidade. A pandemia acelerou esse processo e o segmento não parou de crescer desde então.

Para Fabio Gonçalves, diretor de talentos da Viral Nation e especialista no setor, a expansão é resultado de uma mudança estrutural no mercado. “A internet descentralizou a comunicação. As pessoas confiam mais em quem elas seguem do que em uma propaganda institucional. Isso faz com que os influenciadores tenham um papel cada vez mais relevante, não só como divulgadores, mas como construtores de marca, de cultura e de comportamento”, afirma.

O crescimento também traz desafios. “Quanto mais dinheiro circula, maior a responsabilidade de todos os envolvidos. As marcas querem retorno e, por isso, o nível de exigência subiu. O influenciador precisa ir além do carisma e entregar dados, estratégia, consistência e profissionalismo”, complementa.

O executivo destaca que o setor passa por um processo de amadurecimento, que exige dos criadores uma visão empresarial do próprio trabalho. “Os que tratam o conteúdo como um negócio tendem a se destacar. É preciso ter clareza sobre posicionamento, público, diferenciais, branding e reputação. O crescimento do setor é real, mas a maturidade do influenciador precisa acompanhar esse ritmo”, analisa.

Nesse contexto, o papel das agências também se torna mais estratégico. “O futuro será dominado pelos influenciadores que tiverem estrutura, estratégia e responsabilidade. As marcas estão cada vez mais exigentes e o público também”, conclui Fabio.

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