Ter o seu próprio negócio, que em muitos casos é abrir uma franquia, é o sonho de muitos empreendedores. Não somenete pelo formato, pelo nome da marca, mas pela chance de entrar no mercado com um certo respaldo de um modelo de negócio já testado. A promessa é tentadora sim. Desde imersão em treinamentos complexos, suporte contínuo, ações de marketing estruturadas ao acompanhamento estratégico que visa garantir o sucesso da sua unidade. Na prática, entretanto, não são raros os casos de frustração. Motivo? Uma comunicação ‘falha’ entre franqueadora e franqueado, aliada a um suporte quase inexistente. Assim, a liberdade de empreender vira prisão. O que fazer?

É preciso entender a raiz do problema. A relação de franquia é para ser, acima de tudo, uma parceria de longo prazo, que depende de alinhamento claro de expectativas. Quando a franqueadora – que detém o domínio do negócio testado – não mantém canais eficientes de comunicação ou falha em responder de forma ágil, o franqueado – que compra esse negócio validado – pode se sentir isolado, ou mesmo sem poder de negociar e entender seu papel dentro de um sistema em que deveria ser dono do seu negócio e tem a percepção que não é.

Sem orientações estratégicas, qualquer franqueado passa a tomar decisões no escuro, afetando diretamente o desempenho da unidade. É preciso evitar essa armadilha. Para tal, conhecer e reivindicar seus direitos é importante. A Lei de Franquias (Lei nº 13.966/2019) estabelece que a COF – Circular de Oferta de Franquia deve detalhar, por escrito, quais tipos de suporte serão prestados, com que frequência e de que forma. Incluindo treinamentos, consultoria de campo, assistência técnica e apoio em marketing. Por sinal, o franqueado é quem deve determinar o tempo de assinatura da COF, não se obrigando a assumir compromissos que não estejam claros, nem propostas tempestivas com curta duração, evitando vincular-se a situações das quais não tem conhecimento, nem domínio. Esse passo é muito importante, sobretudo, para o caso em que a franqueadora não cumpra o que foi prometido, oferecendo embasamento legal para recorrer judicialmente se for necessário.

Proteger seu investimento é entender que existe muito mais que um direito envolvido, há uma obrigação que muitas vezes entre emails fantasiosos afastam do franqueado a oportunidade de preservar seu próprio investimento, relegando o mesmo a uma espécie de funcionário premium, repetidor de ordens, não acionista e investidor sem retorno em lucro. No mundo do franchising, comunicação e suporte não são ‘gentilezas’, são obrigações e pilares estruturais do modelo, evitando erros operacionais, potencializando vendas e fortalecendo a marca. Quando a falha ocorro, a relação se comprometem, a rede inteira também. Por isso, é extremamente importante que todo franqueado mantenha registros formais (e-mails) de solicitações, acompanhar de perto os indicadores de desempenho e exigir transparência. Afinal, a transferência de conhecimento foi paga e esse know-how é o que pode garantir sua vantagem competitiva no mercado.

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