Especialistas alertam para a importância de negociar salários e condições de trabalho para garantir melhores oportunidades e um futuro profissional mais sólido

Oportunidade ou risco?

Conquistar uma nova vaga é motivo de comemoração, mas aceitar a primeira oferta salarial sem negociação pode significar perder boas oportunidades. Segundo especialistas, muitas empresas esperam que os candidatos discutam suas condições, pois essa etapa faz parte do processo seletivo. Além disso, a negociação bem conduzida pode trazer não apenas uma remuneração mais vantajosa, mas também melhores benefícios e um plano de carreira mais estruturado.

O mercado de trabalho brasileiro tem mostrado sinais de recuperação. Em 2024, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou um saldo positivo de 1,69 milhão de vagas formais. Apesar do avanço, a inflação e os juros elevados ainda mantêm consumidores e empresas cautelosos.

Como negociar melhor sua proposta de trabalho?

A decisão de aceitar uma oferta deve ser estratégica. Segundo Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria, “o mercado espera que bons candidatos saibam negociar. Profissionais que se posicionam conquistam não só salários mais altos, mas também benefícios vantajosos e melhores condições de trabalho”.

Entre as recomendações do especialista para uma negociação eficiente, destacam-se:

  • Definir prioridades: antes da entrevista, é essencial identificar o que é mais importante: um salário maior, benefícios, plano de carreira ou flexibilidade?
  • Pedir um tempo para avaliar a proposta: isso demonstra profissionalismo e permite uma decisão mais fundamentada.
  • Basear-se em dados do mercado: saber a média salarial da sua área fortalece os argumentos na negociação.
  • Explorar outras formas de valorização: além do salário, há outras formas de remuneração, como bonificações por desempenho e planos de carreira.
  • Manter o tom adequado: um diálogo respeitoso pode ser decisivo para um resultado positivo.

A revolução digital na experiência de compra

As expectativas dos consumidores também estão mudando. Segundo um estudo da CX Trends 2025, 78% dos consumidores priorizam marcas que oferecem uma boa experiência, enquanto 66% são influenciados pela personalização e 62% deixam de comprar após uma experiência ruim. O WhatsApp tem ganhado espaço no varejo, com 30% dos consumidores utilizando a plataforma para compras, e o impacto de TikTok e YouTube na decisão de compra segue crescendo.

A Microsoft revela que os cliques em anúncios digitais relacionados ao Dia do Consumidor cresceram 29% em 2025, indicando que os consumidores buscam cada vez mais ofertas personalizadas. Além disso, 35% das conversões no varejo na data são atribuídas a anúncios direcionados, que utilizam IA para entender o comportamento do usuário e oferecer produtos de maneira estratégica.

A era da IA no consumo e nas contratações

A IA também tem mudado a forma como consumidores compram e empresas contratam. Andrea Rios, professora da Fundação Getúlio Vargas e especialista em omnichannel, destaca: “Se olharmos para o futuro próximo, podemos visualizar um cenário em que o consumidor não precisará mais procurar produtos ativamente. Em 2035, assistentes de IA entenderão as necessidades do cliente antes mesmo que ele perceba, automatizando todo o processo de recomendação e compra”.

Se a tecnologia vem moldando o comportamento do consumidor, ela também impacta as empresas na forma como devem atrair e reter talentos. Assim como os clientes, os profissionais também exigem condições personalizadas. Com um mercado de trabalho mais aquecido, saber negociar um bom pacote salarial é essencial para os trabalhadores e, da mesma forma, as empresas precisam se preparar para oferecer experiências alinhadas às novas expectativas dos profissionais do futuro.

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