*Por Érica Borgonovi (Eu Ser) e Maria Helena Costa

Cada fracasso é uma benção disfarçada, pois nos dá sempre uma lição que de outra maneira talvez nunca aprendêssemos. Quase todos os fracassos são apenas derrotas temporárias. (Napoleon Hill)

Muito falamos sobre sustentabilidade. Estudei esse tema no meu Mestrado em Arquitetura e Urbanismo ao me encantar com as possibilidades em drenagem urbana e visualizá-las em áreas de proteção ambiental. A cada vez que focava em Sustentabilidade e seus preceitos me perguntava como segui-los se não somos sustentáveis. Desse movimento cunhei (me perdoem se esse termo é assim usado por outros autores, mas o desconheço) SER SUSTENTÁVEL. E nos processos de desenvolvimento humano que aplico desde então reflito continuamente sobre esse termo. Como adultos, pressupomos que somos capazes e responsáveis por nossa saúde, bem-estar, bem ser, comportamentos e emoções – e se não em nível completo de autonomia, somos aptos a buscar ajuda. Nos desafios da vida contemporânea que são imensos, nem sempre estaremos aptos a discernir sobre todas as competências que desejamos manifestar e todas as conquistas que sonhamos viver. No entanto, o SER SUSTENTÁVEL, reconhece suas limitações e busca ajuda. Portanto, este não é um conceito de um ser intocável e autossuficiente, habilitado a todas as soluções. Sim, um ser humano que se reconhece, em evolução.

Ao considerarmos o SER em sua vida no núcleo mais restrito, social e familiar – ele é o que está apto a cumprir seus papéis e praticar a auto-observação para eventualmente identificar necessidades que certamente satisfará. Ao se reconhecer limitado ou vulnerável buscará ajuda profissional. Como exemplo, aquele sedentário, acima do peso cujos exames clínicos e diagnóstico médico sugerem exercícios físicos. Ele consultará profissional que o orientará à pratica esportiva adequada e verificará, com certa facilidade, o bem-estar alcançado logo nos primeiros dias de atividade. Percebeu, aceitou as necessidades de mudança e entrou em ação.

O SER que percebe dificuldades em seus relacionamentos, buscará desenvolver um auto olhar, buscar um terapeuta, práticas comportamentais e emocionais que se alinhem às suas necessidades – seres que identificam suas carências e buscam ajuda para resolvê-las.

O desafio se torna maior na esfera profissional pois para lá se levam todas as expectativas de solução – quando ganhar mais, quando tiver a promoção, quando ocupar o cargo de direção, quando estiver na liderança…quando tiver mais tempo livre, quando puder viajar, quando viver as férias da minha vida… E assim, esse SER condicionará a sua felicidade a determinada condição que não poderá satisfazer, pois certamente traz pendências pessoais, familiares, sociais e a ilusão de que a vida profissional aparará todas as arestas.

Evidentemente que este SER se empenha, se desdobra e não alcança os resultados desejados, os objetivos determinados.  Em si, há muito a resolver. É como desejarmos drenagem sustentável sem termos o sistema adequado e toda a água pluvial ser escoada superficialmente por vias de veículos ou calçadas, com um sistema de coleta de águas insuficiente. Como desejarmos jardins de chuva em áreas urbanas completamente pavimentadas. O conceito não foi desenvolvido, detalhado, projetado e implantado e com um agravante, agora isso será desafiador e oneroso pois os espaços urbanos estão consolidados.

Na Construexpo realizada na semana passada em Atibaia, participamos com palestras voltadas ao público da Construção Civil com Érica Borgonovi.  Nesta Exposição, de cada 10 palavras, 9 eram relacionadas à sustentabilidade; afinal o Brasil ocupa a 4a colocação mundial no ranking global de construções sustentáveis com a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design, certificação ambiental mais reconhecida no mundo),  com 1226 projetos registrados, dos quais 404 certificados.

Façamos um paralelo relativo à sustentabilidade tão propagada, ao pensar em empresas de engenharia que pretendem qualidade total e certificações diversas, mas têm canteiros de obras com circulações cruzadas, projetos não detalhados, liderança frágil e mão de obra não qualificada. E repentinamente quer implantar sistemas de gestão, controle, BIM (Building Information Modeling ou Modelagem da Informação da Construção) e tem metas irreais.

O planejamento, a gestão, implantação, execução – tudo será revisto, reelaborado para que os objetivos sejam alcançados. Nessa mesma empresa tem um Gerente de Obras, Engenheiro Civil que dia a dia, ao chegar em casa reclama da equipe, do Mestre de Obras, dos fornecedores, do Engenheiro Supervisor, do material que foi comprado errado, do revestimento que foi feito sem o planejamento adequado (não tinha detalhamento) e o painel da entrada do edifício ficou horroroso!

Caricaturas à parte, temos essa realidade em inúmeras empresas em que o improviso é praticado por diversas justificativas de seus CEOs, e as conhecemos. Situações semelhantes em escolas com questões sérias de relacionamento, práticas pedagógicas inadequadas, frágil comunicação entre toda a comunidade escolar e a frustração em resultados. Ou clínicas médicas com foco no faturamento, olho no cronômetro e desatenção ao cliente – conversas paralelas entre os atendentes, distração nas redes sociais, erros na marcação de consultas e o cliente aguarda, aguarda e encontra um médico desmotivado, cansado pelo excesso de trabalho e ansioso para a pausa e a troca de turno. Teria você identificado essas situações?

A origem de todos estes problemas estará em cada empresa? Em sua gestão? Em seus lideres e liderados? Nossa experiência nos mostra que não – os desafios vêm da base, da educação, do convívio familiar, da estruturação de cada ser e das experiências que ele viveu que atenderam ou não às suas necessidades. E claro, todos sabemos de nossos desafios, ou parte deles, têm uma origem muito anterior ao momento que vivemos. Por isso o termo SER SUSTENTÁVEL se apresenta validado – mesmo que tenhamos caminhos a percorrer em qualquer área, somos capazes de identificar a necessidade de ajuda para evolução superação, crescimento. E nunca tivemos tantos especialistas para nos conduzir a experiências favoráveis a práticas eficientes. Então o que podemos viver de diferente?

Podemos praticar o autoconhecimento –  podemos utilizar métodos e ferramentas comprovadas cientificamente que nos permitem diagnóstico, verificação de necessidades, planejamento de processos adequados ao desenvolvimento específico.

A autorresponsabilidade guiará ao engajamento e à aferição de resultados que trarão motivação e, da base, os resultados se estenderão a cada dimensão da vida desse SER.

Talvez uma primeira verificação seja: qual a experiência que você deseja viver, em significado, que levará ao legado que você deseja deixar? Afinal nestes últimos anos, muitas mudanças têm acontecido em nossas vidas que nos levaram a novos rumos…

Vamos refletir sobre alguns passos que podem nos conduzir a atitudes e ações para crescermos e nos orgulharmos do legado positivo que poderemos criar e manter.

E se pensamos em profissional sustentável, passamos a empresas que o forjam nesse cunho voltado à produção intelectual, ao trabalho, ao empreendedorismo pessoal e empresarial.

A empresa é então o “habitat” desse profissional. Qual a missão, visão, valores, propósitos da empresa? Qual a estrutura dessa empresa? Suas prioridades? Tecnologia? Equipes?  Quais os objetivos trimestrais, mensais, anuais?

E como se desenvolvem nela as relações de trabalho? O que líderes e equipes criam e qual a produtividade de cada time? Sem clareza de resultados, como poderá avançar?

Quais as métricas definidas para cada processo? Qual o olhar voltado para dentro do negócio, para o que acontece externamente?

O que há de mais avançado está por vir. O que o mercado espera de sua empresa? O que você deseja?

Será que você percebe ausência de competências, habilidades (recursos) no seu time? Seus talentos ocuparão posições alinhadas ao perfil de cada um?

Quais os desafios para manter os clientes atuais e para atrair novos clientes? Como vê a produtividade? Está alinhada aos seus objetivos?

Sua situação atual deve estar claramente mapeada, diagnosticada para qualquer passo futuro, lembrando que o futuro é agora, é ao término da leitura deste artigo, é amanhã.

Passemos a exercício de visualização – o que quer, busca? Ser melhor? Ser maior? Empresas da região de Atibaia participam de indicações a prêmio – quer ser a melhor empresa na sua área?

Quais os caminhos que sua empresa trilhará nos próximos 5, 10 anos? A visão futura é seu ponto de partida para a auto liderança equilibrada, fortalecida, direcionada aos resultados desejados, direcionada à empresa sustentável.

Este olhar é mais geral e busca apresentar uma visão mais ampla, sistêmica para que essa responsabilidade pela trajetória empresarial que envolve a pessoal, possa ser compreendida.

Não mencionamos aqui, por exemplo, que somos dirigidos  por crenças ligadas a nossas experiências, educação, escolhas cotidianas, decisões importantes em nossas vidas na escolha profissional, na escolha de uma empresa, de onde passar férias, de que curso fazer, que idioma falar, com quem casar… não paramos para perceber os impulsos que nos levam a uma escolha ou outra, a persistir num projeto, a atuar em outra cidade, a viver em outro país, a desenvolver uma determinada doença, adotar um determinado comportamento.

Portanto, não deslize para seu próximo passo de forma insegura. Vale parar, refletir, avaliar, buscar ajuda especializada para que você viva uma vida mais leve, em mais clareza, assertividade, em sua verdade.

Nosso objetivo é acompanhar equipes, líderes em processos que levam a resultados. Temos inclusive o aporte da Biodécodage que contribui significativamente para a libertação de crenças – uma das travas que identificamos com certa facilidade.

Entre em contato se desejar saber mais. Experimente nossas oficinas, inscreva-se em nossos processos. Trabalhamos para que seus resultados sejam expansivos e você envolva muitos outros em conquistas valiosas.

Referências:

FLÈCHE, Christian; OLIVIER, Frank. Crenças e Terapia – Desmascarar suas crenças e delas se libertar. PR. IECC – Instituto e Editora Cintia Chiarelli, 2022.

COSTA, Maria Helena. Urbanismo Sustentável em Áreas de Proteção Ambiental – O caso da drenagem urbana no Setor de Mansões Park Way, em Brasília –DF. Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília, 2008.

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