Apesar do avanço dos meios digitais, comércio ainda é obrigado a aceitar dinheiro em espécie e fornecer troco corretamente

O uso de dinheiro em espécie tem diminuído consideravelmente no Brasil, impulsionado pela praticidade de transações digitais como o Pix, aplicativos bancários e carteiras digitais. Além da rapidez, a segurança e a rastreabilidade das operações contribuem para o crescimento desse modelo. Ainda assim, o dinheiro físico segue sendo a forma oficial de pagamento no país e deve ser aceito por todos os comércios.

Segundo o educador financeiro João Victorino, a digitalização financeira é uma tendência clara, estimulada por governos, empresas e pelo próprio comportamento das novas gerações. “Aplicativos e bancos digitais oferecem ferramentas práticas de controle financeiro, o que reforça a preferência por métodos eletrônicos. Somada a isso, a mudança cultural das novas gerações, que enxergam o dinheiro físico como algo ultrapassado e pouco prático, torna ainda mais evidente essa tendência crescente”, afirma.

No entanto, essa transformação traz um problema frequente: a falta de troco em dinheiro. Muitos estabelecimentos, mesmo aceitando pagamento em espécie, não têm estrutura para fornecer o valor exato de volta ao consumidor. Isso pode gerar desconforto, atrasos e até constrangimento.

“Todo estabelecimento que aceita dinheiro físico precisa estar preparado para oferecer o troco correto. Caso contrário, transfere uma responsabilidade que é sua para o consumidor, o que é injusto e inadequado”, explica Victorino. Ele reforça que atitudes como oferecer balas ou chicletes no lugar do troco são inapropriadas e causam má impressão.

Além do desconforto, essa prática pode esbarrar em infrações legais. O artigo 43 da Lei das Contravenções Penais determina que recusar o pagamento em moeda corrente é passível de multa. Portanto, obrigar o consumidor a mudar de meio de pagamento por falta de troco pode ser ilegal.

“Ao obrigar o cliente a escolher outro meio de pagamento devido à falta de troco, pode causar uma experiência ruim ou mesmo constrangedora, afastando clientes e prejudicando a reputação do negócio”, afirma.

Para evitar esse tipo de situação, a orientação é que os comércios mantenham reservas mínimas de cédulas e moedas e, quando necessário, comuniquem previamente possíveis limitações de troco. “Transparência e comunicação clara são fundamentais para manter uma relação positiva com os clientes”, conclui o educador financeiro.

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