Finalmente, pudemos conhecer o resultado da eleição para Presidente da República. Natural, em um processo democrático, que haja os satisfeitos com o resultado e os que viram frustradas sua preferência. Todos somos instados a considerar algumas possibilidades, sob a nova regência do Poder Executivo, a partir de 1º. de janeiro de 2023. Até aí, ok, nada de novo. Ocorre que ainda não temos todas as informações necessárias para que os cenários desenhados sejam mais consistentes, mesmo considerando o curto prazo. Algo de aterrorizante nisso? “Aterrorizante” eu não diria, mas considero inquietante, para dizer o mínimo. Todos somos tomados pela ansiedade e ainda bem que assim é, pois, se assim não fosse, poderíamos compor uma sociedade apática, o que seria uma tragédia. Até o momento em que este texto foi concluído, não era conhecido o nome do(a) novo(a) ministro(a) da Economia(ou da Fazenda?). Essa é a única grande informação ausente? Não, mas é informação de vital importância, haja vista a influência potencial da Pasta no destino nacional. Há especulações sobre o tema, mas não as comentarei por ora, afinal, poderia tomar o tempo do leitor sem que tivesse algo mais interessante a oferecer. A única certeza de todos conhecida é: o desafio para domar o déficit fiscal, mantendo as (ou algumas) promessas de campanha será enorme. País grande, orçamento grande, problemas grandes – não é assim?

Há 2 dias, o Federal Reserve (FED), por meio de seu Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), equivalente estadunidense ao nosso COPOM, elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual, o que foi a quarta elevação consecutiva em terras de Mr. Biden. Naquelas plagas e por aqui, predomina a expectativa de uma quinta elevação, na próxima reunião (dezembro). O FOMC deixou claro em seu comunicado que pretende baixar a inflação, dos atuais 8,2% a.a., para próximo da meta. O detalhe é: a meta é de 2% a.a.!

No dia seguinte à decisão do FED, o presidente de nosso Banco Central, ao comentar inflação global, recessão etc., em evento público, disse que Bancos Centrais podem cometer dois tipos de erro ao combater a inflação: “ir muito além do necessário, ou fazer muito pouco”. O contexto da frase era um comentário sobre a  demora na reação de diversos países desenvolvidos à ameaça inflacionária, mesmo após muita impressão de dinheiro, por conta da pandemia. Vale dizer, mais uma vez, que nosso BC iniciou o ciclo de alta de juros, bem antes de muitos outros.

Os dois parágrafos anteriores, combinados, fundamentam a repetição, independentemente do resultado da eleição presidencial, da expectativa de que o nível de juros permaneça alto no Brasil, em grande parte de 2023/1 ou em todo o semestre.

Com mais informações, que deverão ser divulgadas nos próximos dias (quem sabe, até o novo nome da Economia/Fazenda?), espero poder oferecer aos leitores comentários mais objetivos e mais interessantes sobre planejamento econômico e financeiro em 2023.

Por enquanto, resta-nos esperar, além do comentado, um ambiente político mais ordeiro e verdadeiramente patriótico, isto é, “ordeiro e desejoso do sucesso do Brasil.”

Hoje, não encerrarei a coluna com as duas tradicionais palavras. Usarei somente uma.

Paz!

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