Hoje quero abrir um parêntese importante nessa conversa sobre gerações.

Fui impactado por uma notícia que dizia que mais de 13 milhões de pessoas acima dos 50 anos estão hoje trabalhando no Brasil. E antes que você pense: “que bom, né?!”, eu te pergunto: será mesmo?

Sim, estamos vivendo mais. Sim, a aposentadoria não cobre quase nada. Sim, a galera dessa faixa etária tem experiência de sobra. Mas vamos combinar uma coisa? Tem um cheirinho de “remendo” nesse movimento.

Eu não estou dizendo que pessoas 50+ não deveriam estar trabalhando. Eu estou dizendo que talvez elas não queriam estar, mas precisam estar.

E aqui começa a conversa mais séria.

Se tem uma geração voltando porque não consegue parar, e outra geração (como a Z) dizendo “não quero entrar num lugar que me suga”, tem algo fora do lugar.

Talvez o problema não seja nem a geração mais velha voltando, nem a nova rejeitando. Talvez o problema seja a cultura do trabalho que a gente construiu no meio disso tudo.

A pergunta que me faço é: Esse movimento dos 50+ voltando ao mercado é uma tendência de futuro ou é só um band-aid social mal colado?

Porque vamos ser honestos: as condições de trabalho continuam quase as mesmas. E se antes a gente aceitava tudo em nome da estabilidade, agora tem uma geração inteira dizendo: “prefiro nem começar do que virar zumbi no trampo”.

Isso não é só sobre emprego. Isso é sobre longevidade, é sobre qualidade de vida, é sobre o que a gente chama de “realização profissional”.

E aí entra o meu papel,
O nosso papel,
Como ponte entre as gerações!

As empresas estão cheias de gente experiente que foi jogada de volta ao mercado sem suporte. E cheias de jovens que querem entrar, mas não encontram um lugar que respeite seus limites e suas ideias.

Se a gente não abrir esse debate, se a gente não criar novas formas de trabalhar juntos, o que vai acontecer? Vamos continuar com um mercado desequilibrado, onde um lado grita “não aguento mais” e o outro “não quero nem começar”.

Tá na hora da gente parar de tentar resolver as gerações e começar a potencializar o que cada uma tem de melhor.

Porque se o trabalho for um lugar bom pra viver, todo mundo vai querer estar lá, dos 18 aos 80.

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2 Comentários

  1. Mais que Interessante, é instigante a abordagem que nos traz o Gabriel, temos grandes desafios, como nos propõe, não se trata de conflitar gerações mas proporcionar equilíbrio para todos. Abraço.

    1. Author

      Valeu demais pelo comentário, Walcinyr!

      A coluna “Entre Gerações” não nasceu pra explicar etiqueta de geração.

      Ela nasceu pra cutucar o desconforto, provocar diálogo e mostrar que o problema não é a diferença entre as gerações… é o silêncio entre elas.

      Tamo aqui pra atravessar esse espaço com escuta, coragem e umas boas risadas.

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