Levantamento do Ecossistema Sienge e da Prospecta mostra que, apesar da percepção de declínio, 76% dos empresários ainda planejam novos aportes em 2025

Em meio a um cenário de instabilidade econômica, empresários da construção civil demonstram cautela, mas seguem atentos às oportunidades de investimento. É o que revela uma pesquisa do Ecossistema Sienge e da Prospecta, realizada entre 25 de fevereiro e 3 de abril, com 137 empreendedores do setor imobiliário.

Percepção de declínio se intensifica

De acordo com o estudo, 38% dos entrevistados acreditam que o mercado está em declínio ou recessão — percentual três vezes maior do que o registrado no ano anterior (12%). Por outro lado, os otimistas com um crescimento acelerado representam apenas 9%, ante 14% em 2024, sinalizando maior incerteza no ambiente de negócios.

Empresários de diversas áreas participaram da pesquisa

O levantamento contou com participantes de diferentes segmentos: Incorporação (27%), Construtoras (19%), Loteamento e desenvolvimento urbano (14%), Consultoria, serviços e pesquisa (10%), Intermediação imobiliária (10%), Propriedade de terrenos (8%), Arquitetura e urbanismo (5%) e outros ramos como mercado financeiro, hotelaria e jurídico.

Riscos econômicos lideram preocupações

A instabilidade econômica é hoje a maior preocupação dos empresários, mencionada por 32% dos entrevistados. Em seguida, aparecem os aspectos financeiros (19%) e mercadológicos (12%). Já a preocupação com o cenário político, embora ainda relevante, caiu de 38% para 26% em comparação com o ano passado.

Setores promissores e vulneráveis

Entre os segmentos com maior potencial de crescimento, destacam-se o Minha Casa Minha Vida (27%), o mercado residencial vertical (17%) e os loteamentos (15%). Por outro lado, segunda residência (16%), edifícios corporativos (14%) e shopping centers (13%) aparecem como os mais vulneráveis.

Investimentos seguem no radar dos empresários

Apesar do ambiente desafiador, 76% dos respondentes afirmaram que pretendem investir ao longo de 2025. A região Sudeste continua liderando o interesse, com 32%, embora tenha perdido 7 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Regiões como Norte e Centro-Oeste ganharam espaço, com aumentos de 4% e 3%, respectivamente.

Principais desafios enfrentados pelo setor

Entre os obstáculos mais citados estão o acesso a funding (20%), os juros elevados (17%) e a restrição ao crédito (7%). Outros desafios mencionados foram dificuldades em vendas (13%), escassez de mão de obra qualificada (11%) e financiamento (11%).

“A pesquisa nos mostra como os empreendedores estão lendo o cenário econômico atual e quais são suas perspectivas para o mercado imobiliário ao longo do ano. Ao acessar essa visão, conseguimos mais do que uma opinião: obtemos um termômetro real do setor, porque esses profissionais lidam, diariamente, com variáveis como crédito, demanda e custos”, afirma Gabriela Torres, Gerente de Inteligência Estratégica do Ecossistema Sienge. “A forma como eles interpretam o presente e projetam o futuro pode indicar, com antecedência, movimentos que impactam toda a cadeia da construção.”

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