Em muitas cidades, a decisão de abrir uma franquia não deve partir apenas da vontade do empreendedor, mas da capacidade de enxergar, ou mesmo de provocar esse desejo pela demanda que pode ser algo ainda adormecido ou desconhecido do público local. Há lugares em que o público não consome determinado produto simplesmente porque nunca teve a chance de considerá-lo. A falta de contato com aquela determinada marca pode atrapalhar alguns planos, mas é rota que pode ser corrigida, estimulada. Existem interesses e oportunidades, é preciso entender o tamanho do esforço necessário para o seu negócio.
É nesse ponto que a estratégia faz a diferença prática. Mesmo que não seja possível contratar uma empresa, você mesmo pode observar o movimento da região pessoalmente, entender seus hábitos, identificando falta de posicionamentos que podem se transformar em negócios conforme seu ramo. Uma boa leitura a esse respeito é o fato de notar que um polo gastronômico está consolidado, mas não oferta opções de sobremesas à altura, cafeterias de qualidade e que entregam experiências. Nenhum ponto especializado em chocolates, sorvetes artesanais ou doces premium. O desejo não aparece somente porque não é estimulado, mas pela visão apurada de quem ousou, mas baseado em números apenas investiu, em uma demanda latente e aos olhos de muitos inexistente.
O trabalho criativo dessa vontade é parte do jogo da publicidade. Uma franquia de chocolate pode inserir degustações, vitrines irresistíveis e aromas que convidam o consumidor a experimentar algo novo. Um sabor novo ou uma forma de atender diferenciada, especializada. Uma sorveteria pode trabalhar com sabores e texturas autorais, horários estendidos e parcerias com restaurantes da região para oferecer sobremesas em coprodução. E é esse olhar através dos números que permite que negócios sejam alavancados ao despertarem interesses que potencializam a cultura do novo hábito.
Abrir uma franquia é, senão, uma combinação da leitura cuidadosa do mercado e de uma ação intencional para moldá-lo. Em cidades e bairros que ainda não exploraram certos nichos, o empreendedor pode enxergar essa oportunidade. Mas nunca sem o estudo necessário para entender se existe demanda adormecida ou latente. De posse dos dados pertinentes em mãos, é com a inteligência que se precisa, então, trabalhar.

Empresário no Segmento de Franquias com experiência em Gestão de Clientes Corporativos há mais de 25 anos. Multiprofissional formado em Comunicação com habilitação em Jornalismo pela UVA – Universidade Veiga de Almeida (RJ), com experiência em documentário, fotografia, rádio e produção de conteúdo pela Agência ZeroUm, SP.

