Empresas que mantêm regimes tributários inadequados perdem competitividade e lucratividade, mesmo com aumento no faturamento, segundo a LCS Services

No ritmo acelerado de crescimento de muitas empresas, um detalhe pode estar comprometendo seriamente a rentabilidade dos negócios: a falta de replanejamento tributário. Segundo Lucas Oliveira, sócio da consultoria LCS Services, especializada em contabilidade estratégica e planejamento fiscal, manter um regime fiscal desatualizado pode consumir até 30% do lucro.

Simples pode complicar

O alerta vale especialmente para empresas que ultrapassam o teto de R$ 4,8 milhões anuais do Simples Nacional. Segundo Oliveira, continuar nesse regime após o crescimento pode levar a alíquotas superiores a 20% em alguns setores. “A empresa celebra o crescimento da receita, mas não percebe que está deixando boa parte do lucro para o fisco”, afirma.

Um exemplo citado pela consultoria envolve uma empresa de moda online, que economizou R$ 540 mil ao migrar do Simples para o Lucro Presumido. A mudança, combinada ao uso de créditos de ICMS, aumentou em quase 20% a margem líquida do negócio.

Complexidade tributária exige análise constante

O Brasil possui um dos sistemas tributários mais complexos do mundo, com mais de 90 obrigações acessórias, segundo o IBPT. Mesmo assim, muitos empresários mantêm o regime fiscal inicial, sem avaliar alternativas como o Lucro Real ou o Lucro Presumido, que podem ser mais vantajosas em certos cenários.

Dados do Sebrae mostram que 65% das empresas seguem no Simples mesmo após deixarem de se enquadrar plenamente nesse modelo. “É um erro que custa caro e pode colocar em risco a saúde financeira do negócio”, alerta o especialista.

Impacto da Reforma Tributária

A proposta de reforma tributária em tramitação no Congresso, que prevê o fim do PIS/Cofins e a criação do IVA dual (CBS e IBS), reforça ainda mais a necessidade de reavaliar periodicamente o regime tributário adotado. “O replanejamento fiscal deve ser uma rotina anual nas empresas”, defende Oliveira.

Sinais de alerta

De acordo com a LCS Services, alguns sinais de que o regime fiscal precisa ser revisto incluem:

  • Faturamento acima de R$ 4 milhões ao ano
  • Queda na margem operacional
  • Pagamento elevado de ICMS ou ISS
  • Expansão para outros estados
  • Mudança no mix de produtos ou serviços

A recomendação é que a análise seja feita por profissionais especializados, com foco em transformar a contabilidade em ferramenta de decisão, não apenas de registro.

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