Com retração de 20% no volume desembolsado, especialistas reforçam a importância do planejamento financeiro no agronegócio

O crédito rural do Plano Safra 2024/25 somou R$ 298,6 bilhões entre julho de 2024 e abril de 2025, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O valor representa uma retração de 20% em relação ao mesmo período do ciclo anterior, acendendo um sinal de alerta para produtores rurais que dependem dos financiamentos para garantir a operação no campo.

O recuo nas liberações reflete um cenário de maior cautela dos bancos e instituições financeiras. “É nesse momento que o produtor precisa tomar decisões sobre compra de insumos, negociação de fretes e contratação de seguros. Antecipar a captação de recursos permite fazer tudo isso com mais margem de negociação e menos pressão“, afirma Víctor Cardoso, Head Comercial da Agree, agfintech especializada em crédito para o agronegócio.

Segundo o levantamento do Mapa, os recursos foram distribuídos entre custeio (R$ 142,7 bilhões), investimento (R$ 52,2 bilhões), comercialização (R$ 35,5 bilhões) e industrialização (R$ 15,9 bilhões). Ainda assim, a queda nas liberações tem afetado especialmente pequenos e médios produtores, que encontram mais dificuldades para acessar crédito e financiar o ciclo produtivo.

Cardoso ressalta que, mesmo em um ambiente de menor liquidez, o crédito rural continua sendo uma ferramenta essencial para viabilizar a produção. “O produtor que se antecipa não apenas garante a execução da produção, mas também ganha poder de decisão. Isso é o que diferencia quem apenas resiste no mercado daqueles que crescem com consistência”, conclui.

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