Olá pessoal, espero que tenham gostado da minha visão sobre inovação e hoje vamos falar sobre gestão. Aliás, vamos revisitar a definição de gestão e controle, uma vez que sempre notei confusões entre os dois conceitos ao longo da minha trajetória em algumas empresas.

Gestão: ato ou efeito de gerir; administração, gerência.

Controle: ato ou efeito de controlar, monitorar ou fiscalizar.

Ou seja, o controle vem sempre antes, é mais simples controlar do que gerenciar. Não obstante, razão pelo qual os salários de gerentes são melhores do que de supervisores. Muito bem, agora que está definido, tente imaginar como era realizada a gestão antes do advento dos computadores. E antes do advento da Internet? Raciocine por uns 5 a 10 minutos. Convido você, caro leitor, que se lembre, se tiver por volta de 50 anos, ou imagine, se tiver menos de 30.

Permita-se observar o tempo nesta viagem. Pensaram? Pois é. Era difícil, não? Precisávamos de muita gente para fazer tudo: office boy em escritórios de contabilidade eram imprescindíveis. Muitas máquinas de escrever nos departamentos. Saber datilografia, então, mandatório! Se hoje o inglês é importante, datilografar era sinal de eficiência e eficácia na hora de fazer os documentos no prazo.

Mas ainda na lembrança ou na imaginação, vamos agora viajar um pouco nos controles: como sabíamos que todos os documentos estavam sendo entregues nos prazos? Como controlar os estoques das indústrias sem computador? E sem um sistema? Como pensar em controle sem papel? Sem prancheta de checagem para escrever enquanto se caminha? A resposta a estas perguntas é singular e peculiar: papel, lápis e borracha. Mas alguns elementos não podem ser descartados: as pessoas, confiança e suas memórias também faziam parte do processo, nada era possível sem eles.

Estes controles manuais envolviam contas, calculadoras, réguas… E seus lançamentos – normalmente a lápis – facilitavam as correções de erros, invariavelmente fatais para a realidade da época. Para isto, tarefas quase totalmente manuais de controles eram realizadas, como soma de itens de notas fiscais diferentes, conferidas com lançamentos de baixas de estoques nas velhas fichas cardex. Assim, se as quantidades não fossem iguais, voltávamos a rever, lançamento por lançamento. Os números finais eram passados para as contabilidades e checadas com as quantidades de lançamentos nos livros fiscais, escritos à tinta nanquim com caneta de pena e que, quando se errava, se apagava com cândida. Rudimentar? Pois é, sim, mas era uma forma de evitar que os livros fossem rasurados depois de prontos. Facilitando a fiscalização da empresa pelos órgãos competentes.

Controles mais rápidos, eficazes e visuais também existiam em quadros nas paredes, murais, lousas, alguns em locais de passagem para que todo colaborador, chamado à época de ‘empregado’, pudesse ver e se cobrar pessoalmente. Quadros que hoje são chamados de quadros de gestão à vista.

Controles ainda se fazem muito importantes nos dias de hoje. Todavia, muitos deles são gerados automaticamente por um sistema computadorizado que se apodera dos dados lançados por diversas pessoas de diversos departamentos distribuídos de forma que fisicamente muitas nem se encontram – ou até mesmo nem se conhecem -, mas que são fiscalizados à distância por uma chefia imediata comum ou até mesmo pelo próprio sistema que o condena.

Controles são necessários para medir. E medir é o ponto principal que nos eleva ao próximo passo. Deming diz que tudo que pode ser medido, pode ser controlado e, portanto, melhorado. Então, se nosso objetivo é fazer melhor, hoje e sempre, precisamos medir: medir nossas notas, nosso nível, nossa melhoria. Medir a nós mesmos, nos tornamos melhores que ontem. Quando nos medimos hoje e comparamos com o “nós de ontem” projetamos o nosso “nós de amanhã”. Agora te pergunto: você se controla, para se melhorar? Pense nisso e até nosso próximo bate papo.

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