Quando o tempo me avisar, que eu não posso mais sambar

Sei que vou sentir saudades, ao lado do meu violão, da minha mocidade…

(Nelson Cavaquinho)

Infelizmente não é um brinde, (ou poderia ser?). Falamos do desafio de cuidar da saúde, um incrível equilíbrio de alimentos, atividades e enzimas de nomes indizíveis que faz com que nosso corpo permaneça em funcionamento. Até quando, não sabemos. E por conta disso a humanidade se move e se desespera no afã de sobreviver a algo tão inevitável como ter nascido – o encontro com a velha senhora.

Morrer é a maior certeza que temos na vida (das poucas). E poetas, filósofos e cientistas dedicam suas vidas a aplacar esta angústia, para si e para os outros, valorizando a vida, seus prazeres, identificando e curando doenças, adiando a loucura e demência, ou procurando explicá-las.

E vamos caminhar 30 minutos por dia, como se décadas de pés cansados não bastassem para nos manter em casa, onde faremos palavras cruzadas para não esquecer todas as palavras que balbuciamos ao longo da existência. Podemos tirar de nossa alimentação alimentos “ruins”, como frituras, traindo o sabor dos bolinhos de chuva e das coxinhas que nossas mães faziam, ou tirando a batata frita de nosso hambúrguer (eu pessoalmente tiro o alface, que mal lavado é mais fatal que o colesterol da obra).

E continuamos no equilíbrio da segurança alimentar, que demanda cereais, fibras, frutas, castanhas, proteína boa (carnes magras), cardápios saudáveis que certamente não cabem no bolso de 80% da população mundial… E pode comer carboidrato, sem abusar de gorduras, como se pão sem manteiga fosse nutriente desejável por algum ser humano, ou descobrir que a falta de pesto ou carbonara em nossas massas pode até causar depressão!

E acho uma bênção os remédios para hipertensão, doença que mata sem a gente sentir, pois permitem equilibrar os excessos que muitos não abrem mão, como vinho, cachaça, cerveja, linguiça, azeitona, torresmo e uma feijoada completa no boteco de sua preferência.

Saúde! Saudades dos tempos bem vividos! Ao amigo Ronaldo (i.m.)

E há os veganos e vegetarianos, cujas escolhas respeito – também como tudo que eles comem – e me divirto com algumas provas de fé, quando confrontados com uma caldeirada de frutos do mar, um salame italiano ou um prosaico ovos com bacon. Valentes, seguem “verdurando”, o que talvez seja uma futura carência crônica de proteínas e vitaminas, ou sucumbir por algum fungo criado junto ao germinado de lentilha ou broto de bambu.

E sigo acreditando nos benefícios e malefícios do café, da banana, do mel e da aveia, lembrando que presenciei um coma de criança por excesso de mel, e da minha perplexidade do uso da banana para lubrificar motores condenados de automóvel.

E nenhuma crença mais sólida que tomar água, dois, três litros por dia, urinar muito e repor a sede de saúde, embora se tenha conhecimento de casos não tão raros de intoxicação por excesso de água ingerida – “tudo que é muito é demais” como diz o samba. E será preciso também cuidar da vesícula, do pâncreas, da tireoide, embora uma multidão planetária viva e morra sem ao menos saber para que servem estes órgãos! E nosso fígado, que amargou com todos os sapos engolidos, as brigas que tivemos que evitar, os desaforos da sogra ou do cunhado, sua chefe mala, enfim, este vencedor que se autorregenera, filtra nossos venenos ingeridos, em esteatoses necessárias.

Na fúria de viver, palpitamos nossos corações com paixões sem sentido, nos amores eternos, nas causas perdidas – eloquências da alma criadora e inquieta, que nosso cérebro não consegue alcançar, este que merece cada enxaqueca e ressaca, por não dar paz às nossa dúvidas, não abre acesso a nossa plena lucidez, ou simplesmente nos assombra com o que não existe. Coisa da sua cabeça!

Saudáveis leitores e leitoras, incansáveis consumidores de linhaça e prozac, caminhantes e atletas de academia, hidratados e fulgurantes, seguimos na esperança de perpetuar nossa dopamina, lubrificar nossas paixões e manter função erétil! A vocês, de coração, SAÚDE!      

(linhaça dá câncer?)

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