De acordo com uma pesquisa realizada pelo instituto britânico de saúde mental MiND, 6% dos profissionais que conversaram com seus gestores que estavam com algum tipo de transtorno/sofrimento mental como: stress, depressão, luto, tristeza, ansiedade e outras, foram forçados a sair da empresa. A pesquisa afere também que 2% foram diretamente demitidos depois de expor suas condições mentais.
Os números chocam ao nos apresentar a dura realidade do grande tabú que o tema saúde mental ainda representa para o mundo corporativo.
O preconceito é tão grande por parte das empresas e gestores que 90% das pessoas que ficaram longe do trabalho devido a algum tipo de sofrimento mental, não comentam claramente a razão de sua ausência no trabalho, ou seja, utilizam outras doenças mais “aceitáveis” como labirintite, febre, gripe, pressão alta e etc.
Isso nos leva a entender que transtornos de ordem mental no ambiente profissional ainda são vistos como “frescura” para muitos gestores que só tem abertura para reconhecer temas de saúde física.
Ora, quem não conhece uma empresa que investe em ginástica laboral, aqueles 15 minutinhos para alongamento que “evita a LER”, mas quantos conhecem empresas que possuem programas de promoção de saúde mental no ambiente corporativo?
A falta de abertura e aceitação deste tema, leva muitos profissionais a sofrerem calados, enfrentando de forma solitária e até discriminatória suas condições mentais.
Entendendo que a saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades para recuperar-se do estresse, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade, percebe-se que é algo muito além da ausência de doenças mentais.
Entretanto, a pouca abertura para tratar o tema faz com que profissionais a beira das promoções evitem dizer que estão cansados ou que precisam reorganizar sua rotina de trabalho, com receio de serem “cancelados”.
Enquanto as empresas não entenderem que pessoas falham também quando estão cansadas, erros acontecem quando alguém está demasiadamente preocupado e tristeza faz com que o absenteísmo suba, elas continuarão a investir em programas de treinamento, coaching e mentoria para “tapar” o sol com a peneira e discutir performance sem o elemento mais importante desta equação: O indivíduo e sua relação com sua saúde mental e emocional.
Executivo de RH e Coach Executivo de diretores, VP’s e CEO’s de empresas nacionais e multinacionais, atendendo clientes em 13 países. Foi executivo de RH de uma das maiores empresas de bens de consumo do país, já desenvolveu mais de 38.000 profissionais ao longo dos seus 24 anos de carreira. Formado em Relações Públicas pela PUCCAMP, pós-graduado em Consultoria de Carreira pela FIA/USP e com 5 certificações internacionais em PNL e Coaching Integrado. Marcos é referência em Carreira e Gestão em veículos como: Valor Econômico, InfoMoney, G1, Yahoo Finance, Globo/EPTV, SBT, Você S/A, TV Bandeirantes, Nova Brasil FM, Carreira & Negócios entre outras, tendo mais de 120 matérias publicadas.