Dados refletem o maior dinamismo do mercado imobiliário mediante a retomada da confiança e a melhora das perspectivas das firmas e empresários acerca do setor para 2024

Nesse primeiro trimestre de 2024, foram contabilizadas 31 transações que totalizaram R$ 4.522.784.482 de volume financeiro e 651.745 m² de área transacionada. A taxa de capitalização média foi de 9,39% a.a., puxada pelo segmento Industrial. No mesmo período do ano passado, foram contabilizadas 101 transações que somaram valor significativamente menor ao do trimestre atual, R$ 1.708.829.444, refletindo o maior dinamismo do mercado imobiliário mediante a retomada da confiança e a melhora das perspectivas das firmas e empresários acerca do setor para 2024. O ciclo de corte de juros e o processo de desaceleração inflacionária foram fatores que contribuíram para essa tendência.

Lajes corporativas. O mercado de escritórios foi o principal destaque desse trimestre, com a maior transação envolvendo um único edifício na história do Brasil. O Faria Lima 3500, edifício de alto padrão que abriga a sede do Itaú BBA, foi comprado pelo banco por R$ 1.458.870.160, equivalente a R$ 64.024/m², com taxa de capitalização estimada de 8,4% a.a. Além dessa transação, outros movimentos relevantes ocorreram no trimestre, repercutindo a recuperação do segmento de lajes corporativas, sobretudo, em regiões premium de São Paulo.

Shoppings. O segmento de retail registrou 13 de transações nesse trimestre, que somam 80.060 m² e R$ 879.039.458. Os ativos estão localizados em São Paulo, Bahia, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Alagoas, Rio de Janeiro. O cap rate médio de 8,69% a.a. Com destaque para o setor de shoppings, representando mais de 70% do total de transações.

Galpões. O mercado Industrial contou com 7 transações nesse trimestre, envolvendo ativos em São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia e Ceará, totalizando 509.500 m² transacionados e volume financeiro equivalente a R$ 1.264.300.000. O cap rate médio foi de 11,52% a.a. Vale ressaltar o histórico de taxas de capitalização mais elevadas para galpões logísticos e industriais, que estão em trajetória de expansão já consolidada há alguns anos. Destaque para duas transações envolvendo o Galpão SBC, comprado integralmente pela Prologis, por meio do Cosmic FII.

Projeções. As perspectivas para o PIB nesse primeiro trimestre de 2024 são otimistas, após resultados positivos do setor de varejo, serviços, e indústria, elevando a projeção de 2024 para 1,5%. Ainda assim, essa melhora dos indicadores cíclicos deve ser vista com cautela. Com relação à inflação, a expectativa é de que continue em direção a meta. A projeção do IPCA para o final do ano é de 3,70% a.a. O ciclo de afrouxamento monetário deve seguir, com ressalvas para surpresas altistas na atividade, desdobramentos no âmbito externo, cenário fiscal e núcleo de inflação doméstica. Nesse sentido, vale ressaltar o mercado de trabalho aquecido e a elevação dos salários reais, o que pressiona a inflação de serviços e pode vir a ser um limitador da queda de juros. A expectativa é de que a Selic encerre o ano em 9,0% a.a.

Por fim, a taxa de câmbio deve seguir no patamar de R$/US$ 5,00. Em relação ao mercado imobiliário, projeta-se melhor performance nesse ano. O setor de logística deve seguir crescendo diante do avanço do e-commerce e da procura das empresas por espaços, sobretudo, em galpões de alto padrão. Para o segmento de lajes corporativas, as perspectivas são favoráveis, com o retorno das firmas de forma mais ampla aos escritórios, espera-se que a busca por novas áreas para locação continue aumentando. Quanto ao setor de shoppings, a expectativa é de que siga com faturamento expressivo, e elevadas taxas de ocupação, reforçando o cenário mais otimista.

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