Aumento da taxa básica de juros eleva custo do crédito, exigindo das pequenas e médias empresas gestão financeira rigorosa e busca por alternativas

A recente elevação da taxa Selic para 14,25% reacende o alerta para as pequenas e médias empresas (PMEs) em relação ao custo do crédito, que se torna mais oneroso. Esse cenário impacta diretamente o financiamento das operações diárias, eleva o risco de inadimplência e transforma a eficiência financeira de um diferencial competitivo para uma questão de sobrevivência no mercado.

Dados do Serasa Experian revelam que mais de 7 milhões de empresas já se encontram em situação de inadimplência. A fragilidade financeira das PMEs é ainda mais evidente quando se observa que 92% dos pedidos de recuperação judicial são originários desse segmento. A perspectiva de novas altas na taxa de juros, conforme projeções de analistas, pode agravar ainda mais essa situação, exigindo uma revisão urgente das estratégias financeiras por parte dos gestores. O acesso ao crédito torna-se mais seletivo, com bancos adotando critérios mais rigorosos, tornando insustentável a dependência de capital de giro sem uma gestão financeira eficiente.

O Indicador de Demanda das Empresas por Crédito da Serasa Experian aponta um aumento significativo de 11,3% na busca por crédito em janeiro de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse crescimento expressivo contrasta com a modesta elevação de 1,5% registrada em janeiro de 2024, sinalizando que muitas empresas estão recorrendo a financiamentos não para expandir suas atividades, mas sim para manter a liquidez ou renegociar dívidas diante do cenário de juros elevados e inflação persistente.

Um estudo sobre a Gestão de Despesas Corporativas no Brasil revelou que 62% das PMEs enfrentam dificuldades no monitoramento de seus gastos em tempo real, comprometendo a previsibilidade financeira e aumentando a necessidade de crédito emergencial. Adicionalmente, 45% dos gestores admitem que a falta de controle sobre as despesas variáveis impacta negativamente a margem de lucro. Esses dados reforçam a urgência de uma gestão financeira mais estratégica para evitar as armadilhas impostas pelo atual cenário econômico.

Diante desse contexto, a eficiência financeira emerge como o caminho para a sobrevivência. Isso implica em um controle rigoroso do fluxo de caixa, a renegociação de prazos com fornecedores e a diversificação das fontes de financiamento. A prática de obter empréstimos sem um planejamento claro de pagamento torna-se insustentável no atual ambiente de juros elevados.

A tecnologia se apresenta como uma importante aliada, e não apenas como um custo adicional. Soluções de gestão financeira, automação de pagamentos e análise de dados oferecem às PMEs ferramentas para identificar e eliminar desperdícios, evitar gastos desnecessários e aprimorar a previsibilidade do negócio. Empresas que investem na digitalização de seus processos financeiros ganham vantagem, pois conseguem acompanhar de perto suas receitas e despesas, tomar decisões embasadas em dados concretos e reduzir a dependência de crédito emergencial.

O mesmo estudo sobre gestão de despesas corporativas demonstrou que empresas que adotam ferramentas de gestão de gastos podem alcançar uma redução de até 25% em seus custos operacionais, liberando recursos para investimentos estratégicos. A Conta Simples observa de perto o impacto positivo dessa mudança de mentalidade em seus clientes, que ao adotarem soluções de controle de gastos de forma estratégica, fortalecem sua saúde financeira e se tornam menos vulneráveis a crises econômicas como a atual alta dos juros.

Nesse cenário desafiador, a resiliência financeira se torna o novo motor de crescimento para as PMEs. Embora o Banco Central esteja focado no controle da inflação, o foco das pequenas e médias empresas deve ser garantir a continuidade de seus negócios. Isso envolve a tomada de crédito de forma consciente e apenas quando estritamente necessário e viável, a otimização contínua das despesas e, fundamentalmente, a manutenção de um planejamento financeiro sólido. As empresas que conseguirem equilibrar o crescimento com a sustentabilidade financeira emergirão mais fortalecidas desse ciclo econômico complexo. A atual crise pode representar tanto uma ameaça quanto uma oportunidade, e a forma como cada PME escolhe enfrentá-la determinará seu futuro.

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