O “4-Day Week Global” (quatro dias por semana), realizado em parceria com a Reconnect Hapiness at Work, testa ao redor do mundo a modalidade de jornada em que o profissional recebe 100% do salário trabalhando 80% do tempo em troca de um compromisso de manter 100% de produtividade (modelo que ficou conhecido como 100-80-100).
Os dados dos testes realizados no Reino Unido mostram que 39% dos profissionais relataram menos estresse e 71% tinham níveis reduzidos de esgotamento ao final do teste.
E houve ganho também para as empresas, os pedidos de demissão caíram 57% no semestre e o crescimento de receita foi de 35%, em média.
O mercado de trabalho muda constantemente e em uma velocidade que acredito que nem o autor de jornada das estrelas conseguiria entender. E fazer a nave estelar Enterprise ter tanta agilidade seria um desafio enorme o que exigiria muita criatividade. Fiz esta analogia com o mundo dos negócios, pois para que possamos nos adaptar o mercado exige dos profissionais cada vez mais inovação, flexibilidade e criatividade. Líderes do mundo inteiro se questionam constantemente sobre os formatos de trabalho, cargas horárias extensas e estão mais abertos a trabalhar por produtividade e resultado independente de uma carga horário. Valorizam cada vez mais a autonomia e o equilíbrio de vida pessoal e profissional.
As empresas têm valorizado e colocado as pessoas em primeiro lugar para beneficiar a todos. Desta forma ficam mais engajados com sua visão, desenvolvendo a autorresponsabilidade com o negócio.
Percebemos que implementar a semana com 4 dias de trabalho provavelmente será o futuro, porém ainda não sabemos como será feito. No Brasil o desafio é ainda maior, pois temos muitas empresas e líderes com uma cultura e modelo mental de ordem e controle, onde as equipes precisam estar debaixo das “asas” dos líderes e estes praticam o micro gerenciamento ainda.
O foco da questão está em como melhorar a produtividade e levar os seus colaboradores a produzir o mesmo em menos tempo? É realmente possível?
Posso afirmar que sim, porém o primeiro passo é mudar o modelo mental da presidência e/ou diretoria e/ou do dono da empresa. Depois a cultura organizacional e é imprescindível desenvolver todos os outros líderes para que possam encontrar eficiência no trabalho diário. E trabalhar na automação para diminuir a burocracia e os trabalhos manuais, além de dar mais autonomia aos funcionários.
As vantagens de trabalhar 4 dias na semana são:
- O colaborador ao deixar de ir um dia da semana para o trabalho diminuirá a sua atuação no impacto ambiental, não existirão deslocamentos para o trabalho, haverá a diminuição do uso de água e luz durante a permanência na empresa;
- Redução de custos na empresa;
- Aumento da produtividade dos colaboradores, pois terão maior equilíbrio entre a sua vida pessoal e profissional, que é mais uma vantagem;
- Gestão eficiente do tempo;
- Equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
Para este modelo dar certo é necessário que a empresa foque em resultados, começando pela mudança das políticas que ressaltam o número de horas trabalhadas. É imprescindível que os líderes tenham planejamento e acompanhamento com a equipe e é aqui que um sistema de gestão vai colaborar.
Diminuir o número de reuniões, o tempo delas, pois todo compromisso deste tipo tem que ter início, meio e fim, cada pauta discutida tem que ter o tempo estimado, definir os próximos passos e as responsabilidades de cada um e alguém tem que ser responsável em fazer uma ata e enviar a todos.
É importante enfatizar que esta mudança não acontecerá de imediato e nem todos se adaptarão com facilidade. Por esta razão é necessário avaliar a experiência individual de cada um no final de mês, avaliar a produtividade da equipe e se os resultados foram alcançados e se os colaboradores estão motivados.
📋 E você, acredita que esse sistema de 4 dias de trabalho na semana vai funcionar bem aqui no Brasil? 🤨
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Akemi Shida é diretora Geral da AS Consultoria de Recursos Humanos e possui mais de 18 anos de experiência em empresas como Itaú, Globo e FTD Educação. Psicóloga por formação, possui MBA em Gestão Estratégica de Negócios e pós-graduação em Psicodrama Sócio Educacional, além de formação em coaching executivo, life coaching e career coaching pelo Integrated Coaching Institute.
Especialista em liderança, planejamento de carreira, desenvolvimento humano e organizacional, atua como trainer e palestrante pela Abrain – Academia Brasileira de Inteligência. É master trainer pelo Instituto Mentor Coach e foi uma das profissionais de RH responsáveis pela primeira
certificação ISSO 9001 no continente africano, em Angola. Palestrante e escritora, é coautora de três livros: “A Arte de Brilhar”, “Desperte sua Melhor Versão” e “120 Sacadas para a vida pessoal e profissional”.