Por: Integridade ESG

No ano em que completa 100 anos, a companhia promete retirar 200 mil pessoas da linha da pobreza e anuncia US$ 100 milhões em iniciativas de proteção e restauração da natureza até ao longo da próxima década

No ano em que comemora 100 anos de existência, a Suzano promete realizar investimentos para deixar um legado mais sustentável para as futuras gerações. Criada em 1924 por Leon Feffer, imigrante ucraniano, a empresa pretende impactar positivamente a sociedade com inovação, sustentabilidade e desenvolvimento econômico. Para seguir nesse caminho, a companhia anunciou investimento de US$ 100 milhões em iniciativas de proteção e restauração da natureza ao longo da próxima década e assume o compromisso de retirar 200 mil pessoas da linha da pobreza até 2030. 

“Como parte desse projeto para impulsionar esforços globais de proteção e restauração da natureza, inicialmente serão destinados US$ 30 milhões a iniciativas para acelerar a pesquisa e educação em conservação, mudanças climáticas e sustentabilidade corporativa, com foco em ecossistemas brasileiros, além de impulsionar estratégias da iniciativa privada e ações sobre a natureza”, destacou Marcela Porto, diretora de Comunicação e Marca da Suzano, para o portal Integridade ESG.

Ao comentar o Relatório de Sustentabilidade de 2023 da multinacional brasileira fabricante de celulose, a executiva assinalou que desde 2020 mais de 51 mil pessoas deixaram a linha da pobreza nas áreas de atuação da empresa, com a criação de programas de capacitação profissional e empreendedorismo, que ajudam as pessoas a adquirirem habilidades técnicas e conhecimentos empresariais para iniciar ou melhorar seus próprios negócios.

“Em 2023, contribuímos para que 22.250 pessoas deixassem a pobreza, o que representa um aumento de 21,3% em relação a 2022”, disse Marcela Porto. Já entre 2021 e 2023, o salto no investimento da Suzano em projetos sociais chegou a 36%.

Segundo a diretora, os R$ 49,3 milhões aplicados em iniciativas sociais, estruturadas nas frentes de relacionamento, geração de renda e educação, beneficiaram 347 mil pessoas no ano passado.

Ação capacita 237 famílias

No Maranhão, a empresa apoia a Associação Solidária de Desenvolvimento Urbano e Rural de São Pedro da Água Branca (ASDURSPAB),voltada para ações de assistência social e de desenvolvimento socioeconômico,desde 2022. 

Para o Integridade ESG, Sônia Maria de Sousa Silva, presidente da ASDURSPAB,contou que,em 2023, 36 famílias produtoras foram contempladas, ampliando a produção e realizando negócios viabilizados pela associação, enquanto outras 237 famílias receberam apoio na capacitação e desenvolvimento de atividades que potencializaram a geração de renda.

Entre os beneficiados pelos projetos,Ercilane Pereira Lima relatou que já está ganhando dinheiro após o curso de manicure e pedicure oferecido pelo projeto e montando uma loja no ramo de cosméticos e esmalteria. Vitoria Borges, que fez curso de designer de sobrancelha, trabalho que já realizava anteriormente, valorizou o aprendizado e salientou que agora tem mais segurança para desenvolver a atividade.

Dez milhões de toneladas de produtos renováveis até 2030

A Suzano, que exporta para mais de 100 países, destaca também, entre as metas da Agenda ESG, a disponibilização de 10 milhões de toneladas de produtos de origem renovável que possam substituir o plástico e outros derivados do petróleo até 2030.

Nessa frente, sintetiza a diretora, estão o investimento no portfólio de inovação em papéis e embalagens e no plano de expansão de mercados para MFC (celulose microfibrilada), que pode ser produzida a partir da polpa de celulose e, em alguns casos, substituir itens de origem fóssil. Além da lignina, uma alternativa renovável para a substituição de materiais de origem fóssil em produtos como painéis de madeira, itens de borrachas, plásticos resistentes ao calor, adesivos, dispersantes agrícolas e maquiagem.

“No mercado de embalagens, podemos destacar o Greenpack, papel desenvolvido especificamente para embalagens flexíveis e produzido a partir de matéria-prima de fonte renovável, biodegradável e reciclável. O material é aplicado para substituir o plástico em embalagens de alimentação, higiene, limpeza e cosméticos, entre outros. E, ainda, a Greenbag, um papel que “nasceu para ser sacola”. Trata-se de um produto que tem duas característicasimportantes, resistência e barreira, e que utiliza menor quantidade de resíduos durante o processo”, exemplifica Marcela Porto.

A Suzano também está comprometida com a meta de reduzir em 70% o volume de resíduos sólidos industriais enviados para aterros até 2030. Entre as ações realizadas, destaca-se o investimento em tecnologias de tratamento e reutilização, como a conversão de resíduos inorgânicos industriais em corretivos de solo. A prática evidencia a combinação entre a lógica sustentável e a criação de novos modelos de negócios: foram comercializadas 506 mil toneladas de corretivos, proporcionando R$ 11,9 milhões de receita.

A agenda prevê ainda a meta de conectar, por meio de corredores ecológicos, 500 mil hectares de fragmentos dos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia. 

Bioprodutos inovadores

No âmbito da descarbonização, a empresa estuda projetos de modernização para aumentar a eficiência energética ou reduzir o consumo de combustíveis fósseis nas operações.

Desde já, visando a transição para uma economia de baixo carbono, a Suzano está substituindo produtos de base fóssil por alternativas renováveis. Nesse pilar, segundo Marcela Porto, a empresa investe empesquisa e desenvolvimento de bioprodutos inovadores e sustentáveis, como lignina, citada anteriormente, além de bio-petróleo, nanocelulose e biocompósitos.  

Ao mesmo tempo, a Suzano incentiva o engajamento dos fornecedores e parceiros de negócios para adotar práticas mais sustentáveis e reduzir suas próprias emissões.

Igualmente importante é a gestão das florestas, como enfatiza Marcela: “as áreas da empresa de plantio e as florestas de mata nativa conservadas desempenham um papel crucial na remoção e armazenamento do CO₂ lançado na atmosfera. Implementamos práticas de manejo florestal sustentável e investimos em programas de restauração ambiental”.

Fábrica com energia renovável: o Projeto Cerrado

Utilizando equipamentos sustentáveis, que contam com tecnologia de gaseificação da biomassa para substituição de combustível fóssil nos fornos de cal, o Projeto Cerrado entra em operação em junho. Trata-se de uma fábrica, que está em construção, com capacidade de 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano. O investimento é de R$ 22,2 bilhões.

Segundo a diretora de comunicação, a fábrica em Ribas do Rio Pardo (MS) será a maior linha única de celulose de eucalipto do mundo e ampliará a capacidade de produção de celulose da Suzano em mais de 20%.

 “Além disso, a unidade será autossuficiente em energia, gerada a partir de fonte renovável, e exportará para o grid nacional um excedente de aproximadamente 180 megawatts (MW) médios. O montante é capaz de abastecer uma cidade de mais de 2 milhões de habitantes mensalmente”, enfatiza, informando que a fábrica terá 3 mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos.

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