*Por Regina Brito.
Você já entrou no LinkedIn e encontrou uma publicação de um profissional fazendo um relato sobre o desligamento da empresa em que trabalhava? É bem comum, não é?
Também é comum encontrar histórias de mulheres com habilidades e experiências bem consolidadas no mercado, mas que foram desligadas por seus chefes após retornarem da licença-maternidade. Além de buscar alívio em uma situação injusta, elas encontram apoio de outros profissionais e oportunidades melhores em empresas com boas práticas de employer branding e comunicação interna que vão além do discurso de sempre sobre diversidade e inclusão.
Agora, eu gostaria de tratar desse cenário do ponto de vista de uma relações-públicas; a tal empresa tem uma crise nas mãos. A imagem da organização fica comprometida no LinkedIn, no Glassdoor (onde muitos profissionais verificam as práticas internas de empresas), na imprensa e mídias sociais, prejudicando uma reputação construída por anos em apenas alguns minutos. A marca que antes era lembrada pelo público com carinho, agora pode ser simplesmente “cancelada”. Já imaginou se o caso repercute no Instagram e Tik Tok por um influenciador? O prejuízo chega ao nível financeiro da organização, podendo ser pequeno ou grande, dependendo da gestão de crise.
Um meio de evitar isso é cuidar de ações internas que fortaleçam a cultural organizacional, promovendo um ambiente realmente saudável, onde todos possam se sentir seguros, com líderes que atuem de forma humanizada.
Marcas como a da Raízen, por exemplo, investem continuamente em employer branding e estão no patamar mais alto no ranking de imagem positiva, liderando o mercado empregador, conquistando a simpatia de mais clientes e dos próprios funcionários a cada dia.
Demissões na volta de profissionais da licença-maternidade vão contra as melhores práticas de diversidade e inclusão, afinal, nenhum pai é desligado de uma empresa por ganhar um filho. As empresas que realmente se preocupam em se humanizar, buscam praticar ações de comunicação que têm o poder e a responsabilidade de transformar relacionamentos e a percepção do público.
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*Regina Brito é graduada em Relações Públicas pela Faculdade Paulista de Comunicação (FPAC) do Grupo Campos Salles, possui mais de 5 anos de experiência em atendimento de clientes na comunicação 360 graus durante a faculdade e no mercado trabalhando com eventos corporativos, comunicação interna, gestão de crise e marketing digital em organizações como Clarion Events e Centro Cultural São Paulo.
O Observatório da Comunicação Institucional (OCI), criado em 01/02/2013, é mantido por uma sociedade educativa sem fins econômicos que reúne acadêmicos, profissionais, estudiosos e demais interessados nesta especialidade da comunicação. O OCI é um espaço destinado à análise, reflexão e crítica sobre a conduta das organizações em suas relações públicas – discurso, atitude e comportamento. Para tanto, o Observatório da Comunicação Institucional tem produção própria, e a partir de colaborações, de notas sobre textos publicados, análises de casos, pareceres, clipping e agenda relacionada à comunicação de organizações públicas, privadas ou do terceiro setor.