Brasil é o segundo país com mais casos de Burnout e especialistas do segmento encaram sintomas ainda mais decisivos para o desempenho profissional
Segundo uma pesquisa realizada pela Deloitte, 77% dos trabalhadores americanos afirmam já ter passado por um quadro de Burnout, considerando apenas o emprego atual. Em paralelo, no início deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu oficialmente a Síndrome de Burnout na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), chamando atenção global para o tema.
No Brasil, a situação não é diferente. Um estudo da International Stress Management Association (Isma) revela que o país ocupa o segundo lugar em número de casos diagnosticados, superado apenas pelo Japão, onde 70% da população é afetada pelo problema. De acordo com dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a Síndrome de Burnout.
O problema é ainda mais intenso quando a área de atuação do profissional depende de inspiração, motivação e, especialmente, criatividade. O esgotamento criativo é um estado de exaustão mental caracterizado pela falta de energia para inovar, levando a um declínio na produção e satisfação. Os sintomas aparentes são a apatia, fadiga, frustração e perda de paixão pelo ofício, assim como bloqueio criativo e a procrastinação. Todos esses pontos fazem com que profissionais da indústria criativa sejam um dos mais afetados pelo transtorno.
Thiago Dalmas Affonso, especialista em publicidade e CEO da Creative Hunter, plataforma que conecta profissionais da economia criativa às melhores oportunidades de trablho, entende que, mesmo sendo considerado um conceito abstrato, o esgotamento criativo é uma realidade no setor: “Essa indústria tem pressão por resultados e é pertinente que os profissionais cheguem a um estado de exaustão mental. As pessoas podem pensar que, por serem especialistas de um segmento que exige essa habilidade, não haja esgotamento nunca. Porém, isso não é verdade. A exaustão está propensa a todos“.
Pensando nisso, o publicitário relembra algumas dicas que podem ajudar a evitar os sintomas: “Encorajar pausas, buscar novas fontes de inspiração e estabelecer limites são práticas que impulsionam a motivação. Além disso, a colaboração e o compartilhamento de experiências com outros profissionais criativos podem ser uma fonte valiosa de insights e inspiração“.
De acordo com o Panorama do Bem-Estar Corporativo, 97% das organizações brasileiras que mensuram o ROI de seus programas de bem-estar visualizam o impacto positivo das iniciativas. Sendo assim, Affonso também menciona o papel das corporações no processo de mitigar o esgotamento dos profissionais: “Isso é responsabilidade, também, das empresas. É essencial que adotem medidas que promovam o bem-estar de seus colaboradores. Priorizar o autocuidado e criar uma cultura de trabalho favorável são passos fundamentais para prevenir o esgotamento criativo“, finaliza.
Artigo sensacional … parabéns conteudo top!