Pesquisa da Abrasel revela crescimento do app no setor e estratégias adotadas para otimizar entregas

O WhatsApp se consolidou como um dos principais canais de pedidos para bares e restaurantes no Brasil, representando 26% do faturamento com delivery, segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). O estudo, que entrevistou 2.176 empresários do setor de alimentação fora do lar, aponta que 63% dos estabelecimentos já utilizam o app de mensagens para vendas, embora os marketplaces, como iFood, ainda sejam a principal fonte de receita, respondendo por 54% do faturamento.

Crescimento da automação e inteligência artificial

O aumento do uso do WhatsApp no setor tem impulsionado a adoção de inteligência artificial para otimizar o atendimento. Atualmente, 38% dos estabelecimentos utilizam algum nível de automação, sendo que 21% combinam chatbots com atendimento humano, enquanto 17% operam exclusivamente com IA.

Além do WhatsApp, os bares e restaurantes também diversificam seus canais de atendimento:

  • 78% utilizam marketplaces (iFood, Rappi, entre outros);
  • 41% ainda recebem pedidos por telefone;
  • 39% investem em aplicativos ou sites próprios.

Delivery tem leve retração no pós-pandemia

A pesquisa da Abrasel também revelou que a participação do delivery no faturamento do setor sofreu um leve declínio após o boom registrado durante a pandemia. Antes das restrições sanitárias, o delivery representava 26% das vendas, chegando a 50% no auge da pandemia. No entanto, com a retomada do consumo presencial, esse percentual caiu para 32% em 2022 e atualmente está em 30%.

Entre os motivos que levam parte dos empresários a não operar com delivery, os principais são:

  • Falta de viabilidade financeira (32%);
  • Avaliação da possibilidade de aderir ao modelo (30%);
  • Dificuldades estruturais para conciliar operação de salão e entregas (27%);
  • Falta de estrutura própria e resistência a serviços terceirizados (24%).

De acordo com Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, o delivery continua sendo um canal estratégico, mas há um reequilíbrio natural no setor. “O crescimento do consumo presencial impacta as vendas por delivery. O desafio agora é torná-lo sustentável para os negócios. O avanço do WhatsApp nessa modalidade demonstra uma busca por mais controle e autonomia na relação com os clientes”, analisa.

Modelos de entrega diversificados

Os bares e restaurantes também estão variando suas estratégias de logística para otimizar custos e atender à demanda. Segundo a pesquisa:

  • 39% contam com entregadores próprios;
  • 36% utilizam contratos full-service, que integram marketplace e entrega;
  • 30% terceirizam a logística para empresas especializadas;
  • 26% recorrem a entregadores autônomos sob demanda.

Solmucci explica que a diversificação nos modelos de entrega é uma estratégia para reduzir custos e atender a variações na demanda. “Muitos estabelecimentos mantêm entregadores próprios, mas recorrem a terceirizados nos horários de pico. Já outros preferem não ter equipe fixa e utilizam entregadores autônomos conforme necessário“, finaliza.

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