Maynara Fogaça, estrategista tributária, destaca a importância da revisão fiscal e de práticas preventivas para evitar prejuízos e garantir a saúde financeira das pequenas e médias empresas
Em meio a um cenário de fiscalização mais tecnológica e regras fiscais mais rígidas, as pequenas e médias empresas brasileiras enfrentam, em 2025, o desafio de manter a conformidade tributária sem comprometer sua competitividade. Segundo a estrategista tributária Maynara Fogaça, com mais de 23 anos de experiência na área, a regularidade fiscal deixou de ser apenas uma obrigação legal e passou a ser uma estratégia essencial de sobrevivência.
Revisar tributos pode salvar o caixa da empresa
Para Maynara, muitos empresários ainda acreditam que seus problemas estão apenas nas vendas ou nos custos operacionais, quando na verdade o desequilíbrio pode estar nos tributos pagos em excesso. “O empresário muitas vezes acha que o problema está nas vendas ou nos custos operacionais, mas não desconfia que o gargalo pode estar nos tributos pagos a mais”, alerta.
A especialista afirma que revisar tributos e acompanhar atualizações legais com atenção é fundamental para evitar autuações, perdas financeiras e bloqueios de compensações. Dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) indicam que 95% das empresas brasileiras pagam mais impostos do que deveriam, seja por erros de apuração, desconhecimento de benefícios legais ou escolha equivocada do regime tributário.
Tecnologia e cruzamento de dados ampliam fiscalização
Com a reforma tributária em andamento e o uso intensivo de ferramentas digitais pela Receita Federal, o Fisco agora cruza informações de diferentes fontes, como SPED, notas fiscais eletrônicas, declarações e movimentações financeiras. “A base tributária precisa estar alinhada com a operação para evitar surpresas negativas lá na frente”, explica Maynara.
Entre as mudanças que mais afetam as PMEs estão as novas regras para compensação tributária, que exigem mais precisão nos créditos a serem aproveitados, e o monitoramento eletrônico mais abrangente, especialmente sobre folha de pagamento e tributos indiretos.
Práticas preventivas são o novo padrão de gestão fiscal
Para minimizar riscos e fortalecer a gestão financeira, Maynara recomenda que as empresas adotem uma postura proativa com auditorias internas periódicas, validação prévia dos dados fiscais e revisão sistemática dos tributos pagos nos últimos cinco anos. “Rever o que foi pago com profundidade técnica e visão estratégica é uma das decisões mais inteligentes que uma empresa pode tomar hoje”, afirma.
Quatro pilares para a saúde tributária das PMEs
A especialista orienta que empresários e contadores sigam quatro pilares para se adequar às exigências do segundo semestre de 2025:
- Diagnóstico tributário atualizado: verificar se o regime tributário adotado está adequado à realidade atual da empresa.
- Revisão dos últimos cinco anos: buscar pagamentos indevidos e oportunidades de recuperação de valores.
- Automação e tecnologia fiscal: utilizar ferramentas que auxiliem no cruzamento e validação de dados.
- Capacitação da equipe contábil: manter o time atualizado com as novas exigências do Fisco.
“Empresas que crescem com solidez não abrem mão de auditorias frequentes justamente porque entendem que estar em dia com a legislação tributária é pré-requisito para expandir com segurança”, conclui Maynara.

