Especialistas alertam que tecnologia deve apoiar produtividade sem comprometer autonomia e saúde mental

A incorporação da inteligência artificial (IA) ao modelo de trabalho híbrido tem transformado a rotina de empresas e profissionais, mas também levanta desafios sobre como equilibrar automação e criatividade. Segundo Priscila Manso, gerente de receita da Recrutei, a IA deve ser usada como aliada, e não como instrumento de controle.

Produtividade e integração
Ferramentas de IA têm se mostrado úteis para automatizar tarefas repetitivas, permitindo que colaboradores foquem em atividades estratégicas e criativas. Além disso, recursos como tradução em tempo real e resumos de reuniões ajudam a integrar equipes distribuídas geograficamente. Em um cenário em que a produtividade é medida por resultados e não apenas por horas trabalhadas, a tecnologia se apresenta como um recurso natural do modelo híbrido.

Limites e riscos
No entanto, a sobrecarga digital e a sensação de conexão constante podem prejudicar a saúde mental. Dados do relatório State of the Global Workplace 2024, da Gallup, mostram que 62% dos trabalhadores híbridos afirmam que a tecnologia aumentou a produtividade, mas 44% relatam dificuldade em se desconectar fora do expediente.

Outro desafio é a utilização da IA para monitoramento detalhado de profissionais. Em vez de fortalecer a confiança, práticas desse tipo podem gerar ansiedade, minar a motivação e reduzir a autonomia. A dependência excessiva de algoritmos também pode engessar a criatividade e inibir o pensamento divergente, essencial em ambientes colaborativos e equipes multidisciplinares.

Tecnologia como parceira
Para especialistas, o problema não é a presença da IA, mas como ela é implementada. “O dilema não é a tecnologia em si, mas se ela amplia a liberdade dos profissionais ou intensifica mecanismos de controle”, afirma Priscila Manso.

O equilíbrio entre automação e espaço para a criatividade humana será determinante para que a IA seja lembrada como motor de progresso, contribuindo para produtividade, flexibilidade e integração, e não como obstáculo à autonomia no futuro do trabalho.

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