Hoje trago aqui alguns insights sobre como os gestores das organizações podem desenvolver suas habilidades de comunicação e, assim, fazer uma pequena provocação aos profissionais da área de comunicação interna e endomarketing sobre seu protagonismo profissional. Estamos realmente compreendendo e nos apropriando do poder de impacto que a comunicação tem na construção da reputação da empresa junto do seu público interno?
Sim, porque muito se fala no “sentimento de dono” que se espera dos colaboradores, na força que o engajamento interno tem nos resultados da empresa… Mas esquece-se muitas vezes que tudo isso é fruto do quanto o colaborador acredita nessa empresa, no quanto aposta nela, ou seja, de como anda a reputação da empresa junto a esse público.
E, nesse sentido, a forma como os líderes exercem a sua comunicação irá inspirar – para o bem ou para o mal – os rumos dessa construção de reputação. Recentemente uma consultora de endomarketing disse em uma entrevista, com muita propriedade, que “a Comunicação é a base para sustentar o tudo e a todos dentro de uma organização. E o elemento que se configura como o grande mobilizador disso tudo é a liderança, é o gestor. Ele é o fator humano dentro desse processo”. E é isso mesmo.
E o caminho para um trabalho realmente assertivo é baseado em quatro pilares essenciais, que seriam: o autoconhecimento, o conhecimento do interlocutor, o conhecimento comunicacional e o conhecimento técnico – que seriam as habilidades técnicas da área ou da função desse líder. Quando tudo isso está conectado e bem alinhado, dialogando entre si, pode-se afirmar que a empresa está num caminho realmente assertivo desse trabalho de liderança.
Chama a atenção que dos quatro pilares, três têm sua base nas chamadas ‘soft skills’, ou seja, habilidades comportamentais. Aliás, já é uma máxima muito conhecida no meio dos RHs que “os profissionais são contratados por suas habilidades técnicas e demitidos pelas habilidades comportamentais”. Há até várias pesquisas que confirmam isso, ou seja, a pessoa é contratada pelo currículo mas acaba não se adaptando à empresa porque não consegue se relacionar bem com colegas, equipe, chefia e mesmo com clientes. Por isso é tão importante investir em relacionamento e cultura organizacionais. Colocar o humano no centro do planejamento novamente e trabalhar o desenvolvimento da comunicação desde a essência – não só conteúdo, mas na forma.
Por isso, cada vez mais empresas têm trazido para seu escopo conceitos de filosofia, psicologia, sociologia e até de espiritualidade. É o humano que precisa ser desenvolvido porque é ele quem entrega dentro da empresa – e todas essas vertentes precisam ser muito bem comunicadas ao longo do processo. E vai muito da humildade do líder perceber o quanto ele precisa desse olhar interno para se relacionar melhor com sua equipe, em termos de diversidade, de linguagem, de anseios e não só de potenciais.
Que tipo de líder é você? Como anda a sua comunicação com sua equipe? Como ela te percebe? O tema é extenso e voltaremos nele. Mas deixe aqui seu comentário e compartilhe sua experiência conosco que essa conversa está apenas começando!
Profissional de Relações Públicas pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação organizacional pela ECA-USP, é também jornalista, empresária, palestrante e consultora de empresas com mais de 20 anos de experiência em comunicação interna e relacionamento com a imprensa. Professora universitária por 16 anos nos cursos de Comunicação, Marketing, Administração e Recursos Humanos nas instituições UniFaat, Fecap, Uniso e PUCCampinas.