Tenho o prazer, depois de quinze anos como coach c-level e executivo de carreiras em ter clientes em mais de treze países, além do Brasil.  Estas semanas estou na Europa, entre Áustria, Hungria e Espanha, onde tenho trabalhado com líderes de uma companhia automotiva global e seus diretores que atuam em 15 países.

Hoje, sexta feira, dia 14 de outubro, estava aguardando um transfer para Viena, parei ao lado de uma americana e comecei puxando assunto sobre o tema que trabalhávamos a poucas horas juntos numa reunião. Logo na sequência começamos a falar de amenidades. Em pouco tempo o assunto foi sobre nossos hobbies, atividades que nos relaxam e sobre o árduo processo de desenvolvimento das nossas carreiras.

Não demorou muito para que Judith me contasse sobre o que mais gostava e menos gostava de fazer. Claro que saber que ela “tratava” seus momentos de estresse resolvendo o cubo mágico me chamou muito a atenção, mas saber que trabalhar em equipe é o que ela menos gosta me chamou mais ainda, até pelo fato de estar falando com uma diretora.

Ela continuou me contando que desde a escola e depois na faculdade, os trabalhos em equipe eram sempre repletos de colegas desinteressados e que não faziam nada na hora dos estudos. Esses mesmos alunos pediam para que na hora da entrega ao professor Judith colocasse o nome deles no trabalho. Confesso que fiquei perplexo em saber que isso também acontece nos Estados Unidos, pode ser uma inocência minha, mas nunca havia pensado que essa situação também fosse global.

Sobre nossa conversa, a diretora complementou dizendo ainda, que pessoas como estas, quando entram no mundo corporativo, acabam por se tornar aqueles profissionais medíocres que estão sempre reclamando, entregando atestado, dizendo que não sabem como resolver problemas e se colocando como vítimas nas empresas.

“Me sinto esgotada e muito responsável pela minha área, então, quando tenho trabalhos em equipe para fazer, começo a me sentir mal, pois sei o que vêm na sequência…” disse ela. E quando perguntei se ela era uma daquelas meninas que no tempo da escola ou faculdade sentavam à frente ou no máximo no meio pra não perder conteúdo, ela disse, olhando pra mim com seus olhos azuis claros e com uma cara de deboche: – “Of couse yes” e deu um grande gargalhada.

Esta conversa me fez refletir sobre minha vida também e quantas vezes passei por isso na escola e faculdade e ao mesmo tempo refletir onde nós estamos hoje e como nossa vidas e carreiras estão. Após essa reflexão só pude agradecer aos meus colegas desinteressados, medíocres e “espertos” que só desejam a inclusão dos seus nomes no trabalho, mas não se envolveram em nada. Acredito que o pessoal do fundão tem o papel fundamental de alavancar a vida e carreira dos alunos que se esforçam, se importam e pagam o preço.

Então meus colegas e todo pessoal do truco, boteco e cochilos: meu muito obrigado pelo incentivo, mas meus sentimentos, pois o lugar que você almeja hoje já está ocupado por mim, pela Judith e por tantas outras pessoas que assim como nós, decidimos produzir nossos próprios trabalhos, trocar conhecimento e honrar nossos nomes não só nos trabalhos da escola ou faculdade, mas também nas posições executivas mais desejadas das companhias.

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