Quando elabora um plano de reengenharia de RH, ou de desenvolvimento de lideranças, ou simplesmente considera a implantação de um sistema de feedbacks, é muito comum as empresas tropeçarem num mesmo ponto: a comunicação.
Sim, porque tão ou mais importante quanto fazer pesquisas, análises e diagnósticos parrudos, mais que ter um plano tecnicamente perfeito, é comunica-lo com eficiência a todos os envolvidos.
E por comunicação quero dizer muito mais do que lançar mão de recursos visuais sofisticados ou tecnológicos… É entender seu interlocutor – ou grupo de interlocutores (o famoso “público interno”) -, ‘entender como ele entende’, qual sua necessidade real de informação, qual o melhor canal e melhor linguagem para comunicar o que ele precisa.
E a comunicação deve acontecer simultanea e paralelamente a toda implantação do projeto. É preciso deixar muito claro desde o início o que será feito, porque será feito, por quem e para quem será feito. Quais serão os impactos na rotina de cada área, como será o acompanhamento do processo, a mensuração dos resultados e como as pessoas da empresa podem se envolver e contribuir. Só assim elas sairão do campo da desconfiança, do “ah, já fizeram algo parecido uma vez e não deu em nada” para de fato perceberem que dessa vez tem algo de diferente, que a transformação está mesmo começando.
Se as pessoas não forem envolvidas e não se enxergarem no processo, elas não irão fazer nada para que dê certo, ficarão inertes, e aí é que não vai acontecer nada mesmo. São as pessoas que fazem um projeto sair do papel e virar realidade, então, traga-as para dentro.
E essa postura da empresa em reconhecer o valor da participação do público interno, de se preocupar em comunicar tudo de forma clara e assertiva do começo ao fim em qualquer projeto de RH, diz muito sobre ela. Isso tem um impacto positivo na percepção do seu o público interno e gera ganho de confiança na imagem da empresa dentro de casa. Consequentemente, essa imagem interna positiva se reverterá em reputação genuína sendo refletida externamente, pois o público interno é o principal embaixador da marca institucional. Relatos positivos do público interno têm mais peso que qualquer campanha publicitária consegue alcançar, pois têm força de endosso de quem a conhece por dentro. E é por isso que tantas empresas têm investido tanto em políticas de Employer Branding (ou “Marca Empregadora”). Já ouviu falar? Se não ouviu, prepare-se para ouvir nos nossos próximos papos. Se já ouviu, convido você a aprofundarmos o assunto e a me contar aqui nos comentários quais as suas experiências com tais práticas.
Grande abraço e até o próximo artigo.
Profissional de Relações Públicas pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação organizacional pela ECA-USP, é também jornalista, empresária, palestrante e consultora de empresas com mais de 20 anos de experiência em comunicação interna e relacionamento com a imprensa. Professora universitária por 16 anos nos cursos de Comunicação, Marketing, Administração e Recursos Humanos nas instituições UniFaat, Fecap, Uniso e PUCCampinas.
Verdade, pessoas realmente envolvidas com a missão da empresa faz toda diferença. Seguem o líder, com empenho e atingem os objetivos . Os grandes generais da história eram mestres em motivação de seus exércitos.
Isso mesmo, Dr. Mário! O segredo do engajamento está nos exemplos que inspiram. Obrigada por sua contribuição aqui na coluna!!