Ao primeiro olhar a pergunta pode parecer até descabida. Como assim? Em tempos twitter, Reels, tiktok… Ainda há quem aposte na imprensa tradicional? Bem, eu diria que se há empresas que desistiram desse recurso, talvez tenham sido precipitadas demais e deveriam rever essa decisão.
A edição 2022 do Anuário da Comunicação Corporativa, elaborado pela Mega Brasil, trouxe um estudo interessante nesse sentido, que vale a reflexão. Trata-se do Edelman Trust Barometer 2022 – 22a edição do estudo global de confiança e credibilidade realizado pela Edelman Data & Intelligence (Dxl) e que ouviu mais de 36mil profissionais em 28 países. “Segundo o Trust 2022, enquanto a imprensa é considerada confiável por 57% dos entrevistados apenas 37% depositam confiança nas informações obtidas pelas redes sociais.”
Ou seja, se por um lado a imprensa tradicional tem sim perdido espaço para as redes sociais nos últimos tempos, por outro, em termos de credibilidade ela ainda goza de significativa credibiliade. E se há vez cada mais gente preferindo se informar pelas redes, mas a qualidade das informações que circulam por elas podem ser bem questionada. Haja vista a polêmica das fake news. Já a imprensa resiste como fonte confiável de informação porque fomenta o debate, apresenta fontes, realiza pesquisas, apura, constata e, assim, forma opinião. Para o bem e para o mal, é bem verdade. Herótodo Barbeiro teria dito uma vez: “Um relacionamento ético e sólido com os jornalistas pode ser a diferença em um momento de crise, entre o declínio e o caminho mais curto para a solução da crise.”
Isto posto, que motivos uma empresa teria para investir numa estratégia de posicionamento junto à imprensa? Vamos lá para alguns deles:
- É um dos meios mais reconhecidos pela sociedade para obter credibilidade.
- A imprensa é muito eficaz na comunicação com clientes e todos os públicos com os quais se relaciona (stakeholders).
- A imprensa precisa de fontes (precisa de você!).
- As marcas mais lembradas são justamente as que entenderam a importância de estar presente na mídia de forma adequada.
- O custo de uma boa assessoria de imprensa pode ser menor do que outras ferramentas de comunicação.
A grosso modo, é possível afirmar que “Publicidade é o que você fala de você mesmo. E Jornalismo é o que o outro fala (ou “o que os outros estão falando”) de você”. E cá entre nós… sua marca precisa das duas coisas – bem plenejadas e executadas dentro da sua estratégia de comunicação.
Mas não se iluda, não caia no papinho do “assessor amigo das estrelas da imprensa”. Esse é um trabalho sério, que demanda técnica, estudo e avaliação constante para que o sonho não se transforme em pesadelo. Há boas assessorias no mercado, pesquise bem e escolha uma que conheça o mercado em que você atua. Um bom conteúdo é valioso, claro. Mas se não for entregue na linguagem certa, no timing certo e para os veículos certos, perde todo o seu efeito. Pense nisso!
Profissional de Relações Públicas pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação organizacional pela ECA-USP, é empresária, palestrante e consultora de empresas com mais de 20 anos de experiência em comunicação interna e relacionamento com a imprensa. Professora universitária por 16 anos nos cursos de Comunicação, Marketing, Administração e Recursos Humanos nas instituições UniFaat, Fecap, Uniso e PUCCampinas.