Planejamento financeiro e práticas sustentáveis ganham destaque em meio alta de preços
Dados recentes do Instituto Locomotiva e QuestionPro indicam que 85% das famílias com crianças em idade escolar já enfrentam dificuldades para acomodar esses gastos em seus planejamentos financeiros.
Os números não deixam dúvidas: o setor de materiais escolares é uma força econômica significativa. Em 2024, o mercado movimentou R$ 49,3 bilhões, um salto considerável em relação aos R$ 34,3 bilhões registrados em 2021. Para 2025, a projeção ultrapassa R$ 52 bilhões, consolidando a importância estratégica desse segmento tanto para o varejo quanto para a economia nacional.
No entanto, em um cenário de pressão inflacionária, consumidores estão buscando alternativas criativas para economizar, enquanto empresários do setor enfrentam o desafio de equilibrar custos e competitividade.
Famílias Adotam Estratégias de Economia e Consumo Sustentável
A necessidade de ajustes no orçamento exige cada vez mais planejamento e criatividade por parte das famílias. Para a educadora financeira Aline Soaper, uma das estratégias mais eficazes é reaproveitar materiais escolares do ano anterior, como cadernos, folhas, canetas e lápis de cor. Além de aliviar o impacto financeiro, essa prática promove a sustentabilidade, uma tendência em ascensão no comportamento do consumidor.
“A reutilização de materiais é uma solução que beneficia tanto o bolso quanto o meio ambiente. Além disso, pesquisar preços em diferentes canais, como lojas on-line e marketplaces de segunda mão, é essencial para encontrar oportunidades de economia”, afirma Aline.
Gabriel Arantes, pai de Elis, de 8 anos, é um exemplo prático de como as famílias podem economizar sem abrir mão da qualidade. Ele compartilha que antecipou as compras e optou por soluções como:
- Compra de livros paradidáticos em segunda mão, reduzindo custos de R$ 490,00 para R$ 250,00 em plataformas como OLX
- Adesão a marketplaces como Enjoei, onde adquiriu três blusas de uniforme em ótimo estado por apenas R$ 70,00, enquanto uma unidade nova custaria R$ 60,00
Essas práticas não apenas permitiram a Gabriel manter o orçamento em dia, mas também incentivaram sua filha a desenvolver uma relação mais consciente com o consumo.
Setor de Material Escolar: Um Mercado em Transformação
Além das famílias, o setor como um todo está se adaptando. O crescimento das plataformas de compra e venda de itens usados, bem como a popularidade de modelos colaborativos, como trocas entre pais e compras em atacado, estão criando novas dinâmicas no mercado.
Empresários e varejistas que investirem em alternativas acessíveis e sustentáveis podem se destacar em meio a um cenário competitivo. Segundo Aline Soaper, há uma oportunidade clara para negócios que ofereçam pacotes promocionais e facilidades de pagamento, especialmente para famílias com múltiplos filhos.
Planejamento Financeiro: Um Alívio Para o Orçamento
Para lidar com o aumento nos custos, Aline Soaper sugere as seguintes estratégias:
- Negociação de preços: Especialmente em compras para dois ou mais filhos, o volume pode ser um trunfo para obter descontos
- Compra em atacado: Formar grupos de pais para realizar compras coletivas pode reduzir significativamente os custos
- Substituir marcas famosas por opções alternativas: Produtos de marcas menos conhecidas frequentemente oferecem qualidade equivalente a preços mais baixos
- Troca de materiais usados: Promova trocas entre pais de alunos para reutilizar itens em bom estado
Com essas ações, é possível minimizar os efeitos do aumento de preços e transformar a pressão do início do ano letivo em uma oportunidade para práticas mais conscientes e equilibradas.
Enquanto o aumento de preços no setor de material escolar é um desafio para as famílias, ele também reflete a relevância econômica desse mercado, que segue em expansão mesmo diante das dificuldades financeiras enfrentadas pelos consumidores.
Para empresários, o momento é de atenção às tendências de consumo e de busca por inovação para atender a um público cada vez mais exigente e consciente. Já para os consumidores, planejamento e criatividade são os pilares para iniciar o ano letivo sem comprometer o equilíbrio financeiro.