Com diferentes visões de mundo, as gerações que compartilham o ambiente de trabalho enfrentam desafios – mas também encontram oportunidades de colaboração e crescimento
A diversidade etária no ambiente corporativo nunca foi tão marcante. Com profissionais de diferentes gerações compartilhando o mesmo espaço, as empresas estão repensando suas estratégias de gestão para criar ambientes mais colaborativos. Uma dessas iniciativas é a adoção do conceito age friendly, que valoriza a diversidade de experiências e reconhece empresas que contratam pessoas com bagagens distintas. Desde 2022, certificações como o “Age Friendly Employee”, promovidas pela Maturi, têm ganhado destaque, incentivando a inclusão geracional e destacando empresas que se comprometem com essa causa.
Os resultados são evidentes: equipes compostas por pessoas de diferentes idades trazem perspectivas variadas, gerando soluções inovadoras e tomadas de decisão mais equilibradas. Contudo, o encontro entre gerações também traz desafios, especialmente no relacionamento entre os Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964) e a Geração Z (nascidos após 1997).
Conflito de valores e expectativas
Os Baby Boomers geralmente valorizam estabilidade, trabalho árduo e respeito à hierarquia. Já a Gen Z busca flexibilidade, propósito e ambientes que promovam inovação e bem-estar. Esses contrastes podem gerar ruídos na comunicação e afetar a dinâmica das equipes. Dados do Ministério do Trabalho revelam que os jovens de 18 a 24 anos permanecem, em média, menos de nove meses em um emprego, indicando uma alta rotatividade, muitas vezes reflexo da falta de engajamento e alinhamento com os valores organizacionais.
Personalização e reconhecimento como solução
Segundo Eduardo Rodrigues, CEO da Applause – plataforma de incentivos e engajamento – a chave para minimizar conflitos e promover a colaboração intergeracional está na personalização do reconhecimento e na valorização das diferentes motivações. “Reconhecimentos generalizados não funcionam mais no contexto atual. Para engajar as equipes, é fundamental entender as prioridades individuais e oferecer incentivos que realmente gerem impacto para cada colaborador”, explica Rodrigues.
Ele também destaca que a gamificação pode ser uma ferramenta poderosa nesse processo. “A gamificação insere propósito no reconhecimento, permitindo personalizar recompensas e aumentar a conexão do colaborador com a empresa. Quando os prêmios são planejados com base nas necessidades específicas de cada geração, é possível criar engajamento real e duradouro”, afirma o especialista.
A era do “tamanho único” acabou
Rodrigues alerta que tentar adotar soluções padronizadas pode parecer mais simples, mas acaba gerando custos maiores para as empresas. “Encontrar um equilíbrio entre o que motiva os Baby Boomers e o que engaja a Gen Z exige planejamento, mas os resultados compensam. Ao criar estratégias personalizadas, as empresas reduzem a rotatividade, aumentam a produtividade e constroem um ambiente de trabalho mais harmonioso e colaborativo”.
Um futuro colaborativo
Superar conflitos geracionais exige esforço conjunto, mas os benefícios são inegáveis. Ao apostar em iniciativas que valorizem as diferenças e promovam a integração, as empresas podem aproveitar o melhor de cada geração, transformando desafios em oportunidades de crescimento. Em um mundo corporativo cada vez mais diverso, a inclusão etária não é apenas uma tendência, mas uma estratégia essencial para o sucesso.