O comércio tem enfrentado meses desafiadores. As vendas andam mais lentas, o consumo mais contido e muitos empresários se perguntam: “Será que o cliente está apenas esperando a Black Friday para comprar?”
Esse questionamento faz sentido. Afinal, a data, que demorou para se consolidar no Brasil, hoje é uma das mais esperadas do ano. De acordo com o estudo Black Friday 2025, realizado pela Gauge em parceria com a agência W3haus, a semana oficial do evento deve movimentar R$ 13,6 bilhões, um crescimento de 16,5% em relação a 2024. Um número que mostra o tamanho da oportunidade — e também do desafio.
Quando a Black Friday chegou por aqui, muitos consumidores desconfiavam. Havia o famoso “tudo pela metade do dobro”. Mas, com o tempo, as marcas mais sérias profissionalizaram suas ações, e o público passou a enxergar o evento como real chance de compra. Hoje, a data já faz parte do calendário comercial e pode ser um divisor de águas para quem sabe se planejar.
Por outro lado, o comportamento do consumidor mudou: muitos seguram o dinheiro, esperando pelas promoções. Isso ajuda a explicar o movimento mais fraco nos meses anteriores. Cabe ao empreendedor enxergar esse cenário não como um problema, mas como um convite ao planejamento estratégico.
Para aproveitar o mês de novembro, o segredo está em criar uma jornada de ofertas — e não apenas uma semana de descontos.
Planeje com antecedência: escolha quais produtos serão impulsionados e em quais momentos. Mostre ao cliente que vale a pena acompanhar sua loja o mês inteiro.
Primeira quinzena: Corra que dá tempo: selecione alguns itens estratégicos para aquecer o público e movimentar o caixa.
Finais de semana seguintes: Temos 2 finais de semana antes da Black: promova ações específicas, destaque categorias diferentes e traga o cliente até a loja — física ou virtual.
Na semana oficial da Black Friday: guarde as melhores ofertas, com produtos distintos dos que já foram divulgados, e comunique de forma clara.
Mais do que baixar preços, é sobre gerar desejo e manter relacionamento. Use as redes sociais para criar expectativa, mostre bastidores e lembre que o consumidor de hoje busca confiança, não apenas o menor valor.
A Black Friday pode ser a virada de um ano difícil, desde que seja encarada como parte de uma estratégia maior — aquela que transforma as oportunidade em resultado para você.
Agora me conta, já começou a Black por ai?

Empresária, pós-graduada em Empreendedorismo de Alto Impacto e Inovação Aplicada aos Negócios pela Escola Superior de Empreendedorismo e Gestão de Comunicação e em Marketing pela Universidade de São Paulo – USP. Possui quase 15 anos de experiência como consultora de Marketing. Professora, mãe empreendedora e apaixonada por aprender e ensinar. Foi consultora de Marketing do Sebrae-SP por mais de 10 anos, nos quais realizou consultorias e ministrou palestras e cursos na área de empreendedorismo, estratégias empresariais, marketing digital, divulgação e vendas.

