Com tutores cada vez mais exigentes, o setor pet brasileiro destaca a importância da qualificação para garantir serviços completos, desde o bem-estar físico até o emocional dos animais

O setor pet no Brasil está em plena expansão, movimentando mais de R$ 58 bilhões em 2023, segundo a ABINPET (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação). O que antes era restrito a cuidados básicos, como banho e tosa, evoluiu para uma indústria que oferece serviços especializados, incluindo banhos terapêuticos, massagens relaxantes e dietas personalizadas. A crescente demanda por esses serviços reflete uma mudança no comportamento dos tutores, que buscam o melhor para seus animais de estimação.

Diante desse cenário, a formação e qualificação de profissionais tornaram-se essenciais. “Hoje, o tutor busca mais do que um simples banho ou tosa. Ele quer saber que o profissional está preparado para cuidar do seu pet como ele cuidaria”, destaca André Faim, empresário do setor pet, co-fundador da Lobbo Hotels e da plataforma Trabalhe pra Cachorro, especializada em gestão e treinamento de equipes. Segundo ele, a capacitação das equipes é crucial para garantir um atendimento completo e de alta qualidade, abrangendo desde técnicas básicas até respostas adequadas a emergências.

Qualificação como diferencial

Cursos especializados proporcionam aos trabalhadores do setor pet conhecimentos fundamentais que vão além do básico. Hoje, é importante saber reconhecer sinais de estresse nos animais, aplicar técnicas de primeiros socorros e usar práticas de enriquecimento ambiental para o bem-estar mental dos pets. O atendimento também envolve uma comunicação eficaz com os tutores, que têm expectativas elevadas e desejam informações detalhadas sobre os serviços, produtos usados e medidas de saúde adotadas. “Esses aspectos, aliados ao atendimento humanizado, são essenciais para conquistar a confiança dos clientes”, pontua Faim.

Treinamentos práticos que simulam situações reais em clínicas e pet shops são cada vez mais importantes. “Um bom profissional não só entende de animais, mas também sabe se comunicar com os tutores, explicando de forma clara os procedimentos. Isso faz muita diferença em situações delicadas, como um pós-operatório”, explica André.

O impacto no crescimento do setor

O mercado pet brasileiro, historicamente caracterizado pela informalidade, está passando por uma transformação. O surgimento de grandes redes e marcas estabeleceu novos padrões de atendimento, pressionando pequenos empreendedores a se adaptarem e investirem em qualificação para não perderem espaço. “Se o pequeno empreendedor não oferecer o mesmo nível de serviço que as grandes redes, ele acaba perdendo mercado. A capacitação é a ferramenta que vai garantir essa competitividade”, observa Faim.

A padronização trazida pelas grandes redes eleva as expectativas dos tutores em relação ao atendimento, independentemente do porte do estabelecimento. “Não importa se é uma clínica de bairro ou uma grande franquia, o cliente espera que seu pet receba o melhor cuidado possível. Profissionais qualificados conseguem manter essa excelência em qualquer cenário”, reforça o empresário.

Para sobreviver e prosperar neste mercado altamente competitivo, pequenos negócios precisam se profissionalizar. “O mercado está mais exigente, e quem não se adapta, fica para trás. Investir na capacitação da equipe é o primeiro passo para garantir serviços de alto nível e fidelizar clientes”, conclui André Faim.

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