O economista Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, comenta a pesquisa da Abras e Fipe, e sobre a expectativa dos supermercadistas para a data. Já educadora financeira Aline Soaper, ensina como economizar na ceia de Natal

A ceia de Natal desse ano vai estar mais salgada. É o que apontam dois levantamentos: da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Segundo a Fipe, o preço dos produtos da Cesta de Natal mostra aumento de 8,53% em 2022, chegando custar R$ 375,96. De acordo com a Abras, o preço médio de uma cesta de Natal disparou 9,8% desde o ano passado, com um custo de R$ 294,75. O economista Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, revela que a expectativa dos supermercadistas para o período é positiva. Já educadora financeira Aline Soaper, especialista em finanças pessoais, ensina como economizar na ceia de Natal.

“Entre setembro e dezembro tivemos a deflação de alguns itens, por isso os supermercadistas esperam vender mais no Natal desse ano, do que no ano passado. A Abras também divulgou que 22% dos supermercadistas projetam o mesmo patamar de vendas de 2021. Apenas 7% estão pessimistas. Essa positividade está relacionada ao aumento do consumo de carnes, previsto em 11,2%. Além disso, também tem o aumento no consumo das aves natalinas e do bacalhau, carnes bovinas, lombo e outros peixes que também devem alavancar o faturamento”, explica o economista Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados.

De acordo com Leandro Rosadas, o levantamento da Abras calculou os valores dos seguintes itens: aves natalinas, azeite, caixa de bombom, espumante, lombo, panetone, pernil, peru, sidra e tender. Sendo as maiores variações de preços nas regiões Sudeste (17%), Sul (12,7%) e Nordeste (12,6%), enquanto Centro-Oeste e Norte subiram 5,2% e 3,1%, respectivamente. A pesquisa divulgada pela Associação, realizou o cálculo com base na 35 produtos de amplo consumo, que inclui alimentos básicos como: leite, feijão, óleo de soja, arroz, café, entre outros. Os produtos com maior aumento no preço foram o tomate (17,79%), a cebola (13,79%), a batata (8,99%) e a farinha de mandioca (5,69%).

Já o levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), segundo o economista, foi realizado com base nos dados da segunda quadrissemana de dezembro de 2021 e da quarta quadrissemana de novembro de 2022. E analisou o preço de itens mais tradicionais, como chester, peru e lombo. Os preços do peru e chester foram estimados, pois grande parte dos estabelecimentos ainda não possuírem os itens nas gôndolas. O produto da cesta de Natal que mais encareceu, segundo a Fipe, foi o panetone de frutas cristalizadas (16,28%), seguido do peru (15,22%), palmito inteiro (14,79%), atum sólido (13,94%) e champagne (13,56%). Outros itens tradicionais do Natal, consumidos durante a ceia, também ficaram mais caros:a uva (49,15%), a farofa (31,40%), o morango (24,67%), o bacalhau (15,66%) e chester (13,90%) foram os mais afetados pela inflação, na comparação com 2021.

A educadora financeira Aline Soaper, especialista em finanças pessoais, ressalta que do ponto de vista dos consumidores, pelo que as pesquisas projetam, os preços dos itens que compõem a ceia de Natal vão continuar subindo até o feriado. “Os preços altos podem representar uma queda nas compras de fim de ano dos brasileiros. Por isso, é importante se planejar financeiramente, fazer uma lista e evitar excessos. Mesmo com as altas dos preços, é possível fazer uma ceia boa e agradável, que esteja de acordo com o padrão financeiro que a família tem”, revela Soaper.

Para ajudar os brasileiros a economizar na hora de comprar os itens da ceia de Natal, Aline Soaper separou algumas dicas:

1) Adaptar o orçamento à realidade da família

“É normal que todas as famílias queiram ter uma ceia boa e farta, mas para isso é preciso adaptar o orçamento à realidade atual, utilizando técnicas que vão evitar o endividamento. No caso das nozes, amêndoas e avelãs, o ideal é trocar por frutas da estação, porque mesmo que estejam mais caras é possível economizar. No caso do peru de Natal, a tradição pode ter um substituto à altura, como o tradicional frango. Quando bem temperado e feito, esse item não deixa nada a desejar”, explica Aline Soaper.

2) Produtos nacionais

“Outra dica para evitar estourar o orçamento está nas boas escolhas para a ceia de Natal. Neste caso, nas festas de fim de ano, é comum que muitas pessoas prefiram um bom vinho. Mas, como o dólar está alto, o ideal é apostar nos vinhos nacionais, que têm preços melhores. A maioria dos produtos da Ceia de Natal são importados e, como o dólar está alto, é natural que esses itens estejam mais caros. Então para driblar esse aumento e evitar gastos acima do necessário, devemos dar preferência aos produtos nacionais, comprando sempre com antecedência, para aproveitar os melhores preços do mercado”, recomenda educadora financeira.

3) Pesquise os preços

“Ao comprar qualquer item, a pesquisa de preços é essencial. Nessa hora, o ideal é avaliar os preços em diferentes supermercados. É normal encontrar o mesmo item mais barato em outras lojas. Durante o ano várias pesquisas mostraram variação de preços de produtos, da cesta básica, por exemplo, até no mesmo bairro. Nessa hora vale pesquisar pela internet, nos panfletos dos supermercados”, finaliza Aline Soaper.

Sobre Leandro Rosadas

Leandro Rosadas é economista e especialista em gestão de supermercados, hortifrutis, atacarejos, padarias e açougues. Formado em economia pela UFRRJ, o carioca já atuou como professor universitário e consultor no mercado de varejo. Hoje, Rosadas é considerado uma das maiores referências entre os especialistas do seu segmento, sendo responsável pela formação em gestão de mais de cinco mil proprietários de supermercados Brasil afora. Leandro também conta com uma rede com mais de 10 supermercados em vários Estados do país.
Sobre Aline Soaper:

Fundadora do Instituto Soaper de Treinamentos de Desenvolvimento Profissional e Pessoal (Efinc), Aline Soaper é formada em Direito, com pós-graduação em Direção e Orientação Educacional. Há sete anos, a carioca atua como educadora financeira e formadora de outros especialistas nesta área. Empreendedora desde os 17 anos de idade, Aline era proprietária de uma escola de Educação Infantil, no Rio de Janeiro, em que atendia cerca de 150 alunos e gerenciava uma equipe de 45 pessoas. Ao perceber a dificuldade dos pais em pagar as mensalidades devido aos problemas financeiros, Aline decidiu mudar de vida e se especializar no ramo de finanças pessoais. No ano de 2015, iniciou sua atuação como educadora, oferecendo atendimentos individuais, palestras, treinamentos e cursos para o público-final (empresários, analistas etc). No final de 2018, criou o Efinc, que hoje forma educadores financeiros e consultores de negócios pelo Brasil e o mundo.

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *