Especialista aponta como as mudanças tecnológicas impactarão o aprendizado no mercado de trabalho
A rápida evolução tecnológica, impulsionada pela inteligência artificial, está reformulando não apenas a maneira como trabalhamos, mas também como aprendemos. No SXSW (South by Southwest) 2025, um dos maiores eventos de inovação do mundo, especialistas discutiram o futuro da educação corporativa e sua adaptação às novas demandas do mercado.
Sara Hughes, fundadora da Scaffold Education – empresa de tecnologia aplicada à aprendizagem corporativa –, acompanhou de perto essas discussões e destaca cinco tendências que irão transformar a forma como os profissionais adquirem conhecimento e se preparam para o futuro.
1. O modelo de aprendizado tradicional será substituído pelos microcredenciamentos
O atual modelo de ensino, no qual uma grande carga de conhecimento é transmitida em um curto período de tempo e sem aplicação prática imediata, está perdendo espaço. No lugar, entram os microcredenciamentos, uma abordagem mais flexível e contínua.
“Os microcredenciamentos não são apenas pequenas doses de aprendizado, mas sim experiências que integram teoria e prática de maneira significativa. Isso permite que os profissionais adquiram novas habilidades conforme o mercado exige e construam um portfólio dinâmico de competências ao longo do tempo”, explica Sara Hughes.
2. Aprendizado contínuo será essencial para a adaptação profissional
O conceito de lifelong learning (aprendizado ao longo da vida) já é uma realidade e ganhará ainda mais força nos próximos anos. Com o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas, os profissionais precisarão atualizar constantemente seus conhecimentos e habilidades.
“As empresas devem investir em programas de desenvolvimento que incentivem a curiosidade e a capacidade de adaptação, principalmente para trabalhar em colaboração com a inteligência artificial”, aponta Sara.
3. O diferencial do profissional será a capacidade de resolver problemas
A tecnologia avançará para lidar com tarefas operacionais e analíticas, mas a solução criativa de problemas continuará sendo um diferencial humano no mercado de trabalho.
“O futuro exigirá profissionais com senso crítico e capacidade de inovar. Não será necessário ser especialista em uma única área, mas sim desenvolver um olhar estratégico para resolver desafios e criar soluções que agreguem valor ao negócio”, destaca a especialista.
4. Inteligência artificial será aliada da criatividade
A IA não apenas facilitará processos, mas também aprimorará a criatividade humana. Com avanços na interpretação de pensamentos e ideias, será possível transformar conceitos abstratos em imagens tridimensionais e protótipos instantaneamente.
“A tecnologia permitirá que as equipes comuniquem suas ideias de maneira mais clara e objetiva, tornando o trabalho colaborativo ainda mais eficiente e dinâmico”, afirma Sara.
5. Habilidades sociais continuarão sendo um grande diferencial
Apesar dos avanços tecnológicos, a interação humana será cada vez mais valorizada no ambiente corporativo. Comunicação eficaz, empatia e inteligência emocional serão essenciais para criar ambientes de trabalho produtivos e inovadores.
“As empresas precisarão ser mais intencionais em fortalecer conexões humanas, criando espaços para a troca de ideias e colaboração. Além disso, será fundamental respeitar aspectos éticos e regulamentações relacionadas ao uso de novas tecnologias”, conclui Sara Hughes.
Com essas transformações, o futuro da educação corporativa será cada vez mais flexível, integrado à tecnologia e centrado no desenvolvimento de habilidades que complementam a automação. Profissionais e empresas que souberem se adaptar a esse novo cenário estarão à frente da concorrência.