Com o menor nível desde fevereiro de 2022 (89,2 pontos), índice de confiança de serviços registrou o quarto mês consecutivo de queda

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) do FGV IBRE caiu 2,7 pontos em janeiro, para 89,5 pontos, menor nível desde fevereiro de 2022 (89,2 pontos), registrando quarto mês consecutivo de queda. Em médias móveis trimestrais, o índice também recuou, desta vez, 3,2 pontos, e mantém tendência negativa.
 

“A confiança de serviços inicia 2023 mantendo tendência de desaceleração iniciada em outubro de 2022. A queda no mês foi influenciada principalmente pelo aumento do pessimismo em relação aos próximos meses, mas também por uma menor satisfação com a situação atual gerada pela perda de fôlego da demanda. O cenário para os próximos meses não parece ser facilmente revertido dado que as questões macroeconômicas envolvidas nessa desaceleração devem permanecer por algum tempo. A cautela dos empresários é percebida em suas projeções para o curto prazo com queda na demanda prevista, contratações e na tendência dos negócios para os próximos seis meses“, avaliou Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.

O resultado do ICS, neste mês, foi influenciado principalmente pela piora das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) cedeu 0,7 ponto, para 93,6 pontos, menor nível desde março de 2022 (90,9 pontos). Contribuiu exclusivamente para esse resultado a piora do indicador situação atual dos negócios, cuja queda foi de 2,0 pontos, para 92,8 pontos, enquanto o indicador de volume de demanda atual acomodou após cair nos últimos três meses com uma variação de 0,5 ponto, para 94,3 pontos.
 

Já o Índice de Expectativas (IE-S) caiu 4,6 pontos, para 85,5 pontos, menor nível desde março de 2021 (81,3 pontos). Os dois componentes do IE-S também caíram: o indicador de demanda prevista nos próximos três meses recuou 5,6 pontos, para 85,6 pontos, e o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses recuou 3,7 pontos, para 85,5 pontos, menor patamar desde março de 2021 (84,3 pontos).
 

Índice de Expectativas e de Situação Atual

Os resultados negativos dos últimos meses sugerem um momento de desaceleração no setor de Serviços, puxados principalmente pela piora nas expectativas, mas também dos indicadores sobre o momento presente. Na métrica de médias móveis trimestrais, o IE-S vinha se mantendo acima do ISA-S desde o início da pandemia, mas nos últimos meses eles se cruzaram e agora o ISA-S que se mantém acima, mesmo que em trajetória negativa também. “Essa piora mais acentuada das expectativas mostra que os empresários não imaginam que esse cenário de desaceleração se reverta rapidamente“, completa Tobler.

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