Em pesquisa com a população, realizada pela Zoox Smart Data, apenas 10% das pessoas confirmaram que serão liberadas pelas empresas para ver os jogos da seleção brasileira.
Infelizmente esta notícia retrata a incoerência no discurso das empresas referente a inclusão de gênero. Trabalhei 25 anos na área de Recursos Humanos em empresas de médio e grande porte e há quase 10 anos prestando consultoria para pequenas e médias empresas. E ainda vejo muitos segmentos onde os cargos estratégicos são predominantemente masculinos. O julgamento sobre o desempenho das mulheres muito mais relacionados a fatores que não tem a ver com suas competências ainda existe.
Temos muitas instituições que se consideram com excelentes práticas de diversidade, porém o maior desafio é a inclusão. Ou melhor, onde todos, vou citar os cinco principais grupos de diversidade nas organizações, independente de idade, gênero, orientação sexual, etnia e pessoas com deficiência, as empresas precisam realmente praticar a equidade com todos.
Qual é a diferença da copa do mundo masculina e feminina? O Brasil realmente para, quando são os homens jogando e só porque neste ano os times são femininos, as empresas tem este comportamento. Realmente estou decepcionada!
Precisamos ter cuidado com as práticas, não sou especialista em assédio moral, porém quando sofremos constrangimentos no trabalho, que pode ser verbal ou por ações veladas. Considero o resultado desta pesquisa como uma coisa velada, por causa constrangimento com nós, mulheres que trabalhos tanto para ter que se provar.
Vou citar abaixo o que pode ser considerado assédio moral. Se no trabalho você:
- Agredido(a) verbalmente;
- Tem problemas de saúde ignorados;
- É acusado (a) injustamente;
- Sofre constrangimentos;
- Recebe tarefas inferiores ou diferentes da sua atribuição.
Leitor, caso esteja passando por uma destas situações, denuncie ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Superintendência Regional do Trabalho.
Não posso deixar de falar sobre assédio sexual (acredite ainda existe e muito!), começo pelo conceito: ato de constranger alguém. Com intuito de obter vantagem ou favorecimento Sexual. Podemos considerar neste caso, ações como:
- Promessas de tratamentos diferenciados, com insinuações explicitas ou veladas;
- Contato físico indesejados ou convites impertinentes;
- Chantagem para permanência no emprego, conversas indesejáveis sobre Sexo.
Ressalto, se você já sofre assédio sexual, denuncie sempre!
Para evitarmos este tipo de constrangimento, vou deixar abaixo algumas dicas de como se comportar dentro do ambiente corporativo:
- Evite olhares maliciosos;
- Evite conversas sobre sexo, mesmo com pessoas do mesmo sexo em ambiente corporativo;
- Evite uso de palavrões com as pessoas no ambiente corporativo;
- Evite olhar as partes pudendas das pessoas;
- Não faça comentários sobre a beleza física das pessoas, elogie apenas comportamentos;
- Não faça comentários sobre as vestimentas das pessoas;
- Não faça brincadeiras inoportunas;
- Não toque as pessoas, nos ombros, pescoço, cotovelo, cintura, joelhos, tornozelos ou a face da pessoa;
- Ao abraçar alguém peça permissão na frente de todos;
- Em caso de fotografias evite tocar o corpo das pessoas, porém caso a pessoa toque seu corpo, peça permissão antes, avisando onde vai tocar;
- Evite piadas de cunho homofóbico, racista, sexista, de gerações, étnicos, físicos ou psicológicos;
- Tome cuidado com insinuações;
- Afaste-se de quem se insinua e alerte que não gostou;
- Evite ficar sozinho com pessoas insinuantes, mas se tiver que continuar no lugar, cruze os braços ou feche a blusa, ou paletó;
- Para homens, sente-se de pernas fechadas e ocupe menos espaço;
- Não fixe o olhar por mais de 3 segundos;
- Não faça nenhum comentário sobre beleza física;
- Comunique ao RH ou sócios.
Para mudarmos realmente este cenário, vou citar uma frase de John C. Maxwell: “Liderança não é sobre títulos, cargos ou hierarquias. Trata-se de uma vida que influencia outra”.
Para realmente incluirmos é necessário que as lideranças possam agir para que a isonomia aconteça. Já temos estatísticas, que segundo a ONU as empresas com líderes femininas têm resultados até 20% melhores.
E se você, líder, que está lendo este artigo e quiser realmente ter resultados e impactar, siga as regras abaixo:
- Influenciar e persuadir, nada menos, nada mais;
- Um líder precisa ser inspirador e um treinador;
- Liderar é uma questão de estratégia.
Deixe aqui nos comentários, se você já sofre algum tipo de assédio e como resolveu.
Akemi Shida é diretora Geral da AS Consultoria de Recursos Humanos e possui mais de 18 anos de experiência em empresas como Itaú, Globo e FTD Educação. Psicóloga por formação, possui MBA em Gestão Estratégica de Negócios e pós-graduação em Psicodrama Sócio Educacional, além de formação em coaching executivo, life coaching e career coaching pelo Integrated Coaching Institute.
Especialista em liderança, planejamento de carreira, desenvolvimento humano e organizacional, atua como trainer e palestrante pela Abrain – Academia Brasileira de Inteligência. É master trainer pelo Instituto Mentor Coach e foi uma das profissionais de RH responsáveis pela primeira
certificação ISSO 9001 no continente africano, em Angola. Palestrante e escritora, é coautora de três livros: “A Arte de Brilhar”, “Desperte sua Melhor Versão” e “120 Sacadas para a vida pessoal e profissional”.