Alta prevista no faturamento exige gestão inteligente de estoque, canais e dados para evitar prejuízos na alta demanda do final de ano
O e-commerce brasileiro deve fechar 2025 com forte expansão e um faturamento estimado em US$ 418,8 bilhões, segundo levantamento da Nuvei. Apenas no Natal, as vendas online devem movimentar cerca de R$ 26 bilhões, consolidando o comércio digital como protagonista do consumo no fim de ano. Mas se o cenário é de crescimento expressivo, especialistas alertam que o desafio principal está em manter a rentabilidade — e não apenas aumentar volume.
Bruno Kerber, cofundador da Lexos e mentor de startups, afirma que a complexidade operacional cresce conforme consumidores alternam entre plataformas, meios de pagamento e opções de entrega. Na visão dele, tecnologia e integração serão decisivas para o lucro do setor.
“O erro mais comum é confundir volume com rentabilidade. Quem não integra corretamente estoque, pedidos e precificação entre canais acaba perdendo dinheiro em fretes, multas e rupturas”, explica.
Consumidor mais exigente e jornada multicanal
Comportamentos híbridos exigem que a experiência funcione sem atritos:
📍 pesquisa no Instagram
📍 comparação no Google
📍 compra no marketplace
📍 retirada na loja física
“Sem sistemas conectados, essa jornada se torna um labirinto — e a venda se perde no meio do caminho”, avalia Kerber.
Plataformas como TikTok Shop e Instagram Checkout devem impulsionar o social commerce, encurtando o percurso entre descoberta e compra — e exigindo ainda mais capacidade de integração logística e comercial.
Dados como motor da venda
A personalização segue entre os principais vetores de competitividade: empresas que usam essa estratégia de forma madura geram 40% mais receita, de acordo com a McKinsey.
“Transformar cada clique em insight comercial melhora conversão, ticket médio e fidelização”, reforça Kerber.
Nesse sentido, soluções de IA, automação e Business Intelligence já não são diferenciais, mas pré-requisitos para operar com margem:
- Previsão de demanda para evitar ruptura e excesso de estoque
- Precificação dinâmica conforme concorrência e demanda
- Chatbots que aprendem com o histórico de compra
“A IA funciona como um gerente operacional invisível”, comenta.
Planejamento antecipado
Para Kerber, o preparo começa meses antes da alta temporada. Testes de integração, negociação de fretes, automação de mídia e dimensionamento de estoques são processos que devem ser definidos ainda no primeiro semestre.
“Quem deixar para ajustar em outubro já estará atrasado”, afirma.
Mais do que encerrar o ano com bons números, o especialista destaca que o legado do período está nos dados gerados, fundamentais para ajustes estratégicos no início de 2026.

