Setores como Transporte, Finanças e Energia estão entre os mais impactados pela dificuldade de contratação

A escassez de talentos no Brasil continua elevada, atingindo 81% dos empregadores em 2025, segundo um estudo do ManpowerGroup. O índice coloca o país acima da média global, que é de 74%, e na 7ª posição mundial em dificuldade para encontrar profissionais qualificados. A pesquisa foi realizada com mais de 40 mil empregadores em 42 países, incluindo 1.050 entrevistas no Brasil.

Setores mais afetados

A dificuldade em preencher vagas impacta diversos segmentos da economia. Entre os setores mais afetados estão:

  • Transporte, Logística & Automotivo (91%)
  • Finanças & Imobiliário (86%)
  • Energia & Serviços de Utilidade Pública (85%)
  • Tecnologia da Informação (84%)
  • Indústria & Materiais (80%)
  • Bens de Consumo & Serviços (78%)
  • Saúde & Ciências da Vida (77%)
  • Serviços de Comunicação (69%)

A escassez também varia de acordo com a localização. São Paulo capital lidera o ranking, com 88% das empresas relatando dificuldades na contratação. No interior do estado, o índice é de 84%, seguido por Minas Gerais (83%), Paraná (75%) e Rio de Janeiro (74%).

Causas e desafios

A diretora de Recursos Humanos do ManpowerGroup, Wilma Dal Col, destaca que as mudanças tecnológicas e organizacionais exigem profissionais cada vez mais qualificados. “A rápida transformação digital, as mudanças demográficas, a globalização e a crescente complexidade das demandas organizacionais tornam ainda mais desafiadora a busca pelos profissionais ideais”, analisa.

Para enfrentar esse cenário, especialistas apontam a necessidade de um melhor alinhamento entre as demandas do mercado e o sistema educacional, além de mais investimentos em qualificação profissional.

Estratégias das empresas para reverter o quadro

Para minimizar os impactos da escassez de talentos, as empresas têm adotado diversas iniciativas, como:

  • Capacitação e reciclagem profissional (upskilling e reskilling) – 40%
  • Busca por novos perfis de talentos – 26%
  • Maior flexibilidade no local de trabalho (remoto ou híbrido) – 24%
  • Flexibilização de horários – 20%
  • Ajustes salariais para maior competitividade – 19%
  • Anúncios pagos para divulgação de vagas – 17%
  • Terceirização de funções – 17%
  • Adoção de Recruitment Process Outsourcing (RPO) – 16%

Mesmo diante das dificuldades, especialistas apontam que a estabilização do índice em torno de 80% nos últimos anos pode indicar avanços em qualificação e atração de talentos. No entanto, o desafio segue sendo estrutural e exige soluções de longo prazo para reduzir o déficit de profissionais qualificados no Brasil.

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