Consultoria LHH realiza levantamento com mais de 300 profissionais que assumiram a posição de número 1 de uma organização nos últimos três anos, durante e pós pandemia
Observar quais os principais aspectos considerados pelas empresas para confiar a posição mais importante de suas estruturas em um momento com tantas mudanças impactantes nas culturas organizacionais. Esse foi o objetivo da pesquisa realizada no primeiro semestre deste ano de 2023 com CEOs de organizações de diferentes portes e setores do mercado, como indústria, serviços, bens de consumo, tecnologia, bancos/serviços Financeiros e heathcare/farma.
De acordo com Ricardo Rocha, Diretor Executivo da LHH, foram coletadas informações de mais de 300 executivos que assumiram posição de CEO ou cargos correlatos, como Country Manager, General Manager ou Presidente, após o ano de 2020. Uma das constatações relevante do estudo diz respeito a área de origem dos executivos alçados a cadeira de CEO. “Apesar de ainda ser dominante, a área comercial respondeu por 44% dos casos, diferentemente de cenários anteriores, nos quais esse percentual representava mais da metade dos profissionais“, afirma.
O estudo destaca também a ascensão de profissionais de finanças, que responderam por praticamente metade dos CEOS oriundos da área comercial (21%) e a área de operações que correspondeu a 17%, o que reflete um movimento das organizações em reconhecer profissionais com sólidos conhecimentos sobre a operação e business. O levantamento revela que a pandemia trouxe impactos em todas as áreas organizacionais e, neste contexto, profissionais com visão mais ampla acabaram sendo reconhecidos, como é o caso daqueles de Finanças, TI e Operações, cujo o tempo médio ocupando a cadeira anterior e o tempo de empresa são mais altos que a média geral, ou seja, são profissionais que realmente assumem a posição por terem um conhecimento profundo das companhias que atuam e sua cultura organizacional.
Outro dado que chama a atenção é o de que a média de tempo para virar CEO (considerando a última cadeira), é de 4,3 anos, porém em alguns setores mais dinâmicos, como bens de consumo e serviços, cai para 2,8 anos, refletindo dois cenários: o primeiro, de que muitos profissionais destes setores recebem uma cadeira de “transição”, ou seja, onde já estão sendo preparados para assumir a posição de CEO e o segundo cenário, onde acabam sendo promovidos pela maior rotatividade que estes setores também possuem nos cargos de liderança. Por outro lado, empresas que demandam conhecimentos específicos da área, como no setor financeiro ou Healthcare, mostram que os executivos que assumiram a presidência ficaram em média sete anos na cadeira prévia.
A pesquisa mostra ainda que há uma clara diferença na maneira como essas promoções aconteceram pós pandemia, de acordo com o perfil do executivo. No caso de profissionais da área comercial, por exemplo, em mais da metade dos casos (58%), eles assumiram a posição de CEO por meio de mudança de empresa. Já com o pessoal de finanças, esse tipo de situação representou apenas 30% dos casos. “Essa disparidade pode ser explicada em parte pelos motivos citados acima, onde profissionais de finanças acabam tendo o reconhecimento pela vivência e conhecimento da própria empresa. E também pelo fato de que profissionais da área comercial/negócios normalmente são muito mais ativos na busca por oportunidades externas, pela natureza de suas posições e networking“, esclarece Rocha, acrescentando que, além disso, quando uma empresa busca um CEO no mercado, normalmente os perfis oriundos de área comercial são aqueles que podem trazer resultados de curto prazo, devido ao seu conhecimento do mercado e concorrência e, por muitas vezes, trazerem suas carteiras de clientes.
Ricardo Rocha explica que do ponto de vista de recrutamento, a conclusão mais interessante da pesquisa é que acaba derrubando um mito de que é muito mais fácil chegar na posição de número 1 dentro da própria organização, já que em praticamente metade dos casos (48,5%), o executivo mudou de empresa para se tornar CEO. “Talvez essa fosse uma realidade muito comum no passado, mas como estamos constatando, a dinâmica de mercado mudou pós pandemia e as empresas precisam se adaptar a essa nova realidade rapidamente. Isso explica o fato delas estarem mais abertas, confiando essa cadeira a executivos de fora e que possam aportar com maior agilidade mudanças necessárias, como transformação digital, estratégia de canais, inovação etc.“, alerta.
O diretor finaliza apontando que o estudo reflete uma mudança geral no comportamento de executivos, que, no período de pandemia reavaliaram suas prioridades, estão seguros e identificados com sua organização atual. “Percebemos que muitos profissionais estão mais abertos a oportunidades externas, por discordarem da maneira como suas empresas atravessaram o período de pandemia ou até mesmo pela busca de setores/empresas em mercados mais promissores e com horizontes de crescimento mais sustentável“, conclui.
É possível acessar o documento com a íntegra do estudo por meio deste link.