Número de empresas com pendências financeiras ultrapassa 7,2 milhões em fevereiro de 2025, representando mais de 30% dos CNPJs ativos no país
O cenário financeiro empresarial brasileiro atingiu um patamar alarmante em fevereiro de 2025, com o registro do maior número de empresas inadimplentes desde o início do monitoramento pela Serasa Experian. De acordo com os dados divulgados pela instituição, um total de 7,2 milhões de empresas apresentavam pendências financeiras no período. Esse volume expressivo representa aproximadamente 31,6% de todos os Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJs) ativos no Brasil, indicando que quase um terço do empresariado nacional enfrenta dificuldades para cumprir suas obrigações financeiras.
O levantamento da Serasa Experian também revelou um montante total de débitos empresariais que ultrapassou a marca de R$ 164,2 bilhões. Esse valor representa um aumento significativo de R$ 9,3 bilhões em comparação com o mês anterior, evidenciando uma tendência de crescimento da inadimplência no setor. A análise setorial aponta que o setor de serviços lidera o ranking de inadimplência, seguido de perto pelo comércio e pela indústria.
Em termos geográficos, as regiões Sudeste e Nordeste concentram a maior parte das dívidas empresariais. Esse panorama acende um sinal de alerta para a saúde financeira das empresas brasileiras, com destaque para as micro e pequenas empresas, que geralmente são mais suscetíveis às instabilidades econômicas.
Diversos fatores contribuem para esse cenário desafiador. Muitos empresários ainda enfrentam dificuldades na gestão do fluxo de caixa, na renegociação de dívidas existentes, na implementação de medidas de corte de gastos e na elaboração de um planejamento financeiro eficiente. A falta de preparo para lidar com períodos de crise econômica, somada a fatores externos como as elevadas taxas de juros e a retração do consumo, tem contribuído para o agravamento da situação de inadimplência.
Para o mentor de empresários André Minucci, a questão da inadimplência empresarial vai além dos números, revelando também uma possível fragilidade na liderança e nos processos de tomada de decisão por parte dos gestores.
Segundo André Minucci, uma parcela significativa dos problemas financeiros enfrentados pelas empresas pode estar relacionada a aspectos emocionais mal gerenciados pelos líderes. Ele argumenta que o medo de realizar cortes de custos necessários, a insegurança em iniciar processos de negociação de dívidas e até mesmo o orgulho em buscar ajuda especializada podem influenciar negativamente as decisões financeiras.
Nesse contexto, o investimento em treinamento e mentoria empresarial pode se apresentar como um diferencial importante para auxiliar os gestores a desenvolverem as habilidades necessárias para enfrentar os desafios. Minucci ressalta que o momento atual exige mais do que ações imediatas de reestruturação financeira, sendo fundamental o desenvolvimento de competências internas que possam sustentar a empresa mesmo em cenários econômicos adversos.
Para o mentor, empresários com uma gestão bem estruturada e que possuem autoconhecimento, compreendem suas próprias emoções e lideram com clareza tendem a agir de forma estratégica mesmo em tempos de dificuldade. A inadimplência, portanto, deve ser interpretada como um indicativo da necessidade de revisão de processos, atitudes e estratégias empresariais.
Além da reestruturação financeira, torna-se crucial que os empresários invistam em seu próprio desenvolvimento, ampliando sua visão de negócio, fortalecendo a gestão e, principalmente, trabalhando suas competências emocionais. O futuro das empresas, conforme aponta Minucci, dependerá cada vez mais do equilíbrio entre a razão e a emoção, e aqueles que buscarem conhecimento, se adaptarem às novas realidades e liderarem com inteligência emocional terão maiores chances de superar a crise e construir um futuro empresarial sólido e sustentável.

