Nesta terça-feira (3), celebra-se o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que visa conscientizar a sociedade sobre os desafios e direitos dessa parcela da população
Luana de Souza Santana, de 28 anos, e Francisco Alécio de Araújo, de 49, mostram como a inclusão no mercado de trabalho pode transformar vidas e beneficiar empresas. Ambos são exemplos de profissionais que, em ambientes acessíveis e respeitosos, demonstram a importância de políticas voltadas para diversidade e igualdade de oportunidades.
Com paralisia cerebral, Luana atua há três anos como operadora de pedágio na concessionária Rota das Bandeiras. “Inicialmente, foram feitas adaptações na área de trabalho para auxiliar minha locomoção em ambientes com degraus. A equipe também presta auxílio em situações em que tenho mais dificuldade no dia a dia”, explica. Francisco, por sua vez, trabalha há mais de quatro anos como técnico de Segurança do Trabalho na Rodovias do Tietê, onde realiza atividades como fiscalização de obras e apoio aos colaboradores das praças de pedágio. “Procuro fazer o meu melhor para atender e cumprir os deveres e compromissos profissionais. Uso aparelho auditivo e tenho acompanhamento contínuo para regulagem e monitoramento”, detalha.

Luana de Souza Santana, operadora de pedágio da Rota das Bandeiras (Divulgação)
Lei de Cotas e o cenário nacional
No Brasil, dados do Censo 2010 (IBGE) indicam que há cerca de nove milhões de pessoas com deficiência em idade produtiva. A Lei de Cotas (8.213/91) foi criada há mais de 30 anos para garantir que empresas com 100 ou mais funcionários reservem uma porcentagem de suas vagas para esse público. Apesar disso, apenas 441.335 pessoas com deficiência estavam empregadas formalmente, conforme levantamento do eSocial em junho de 2022.
Nas concessionárias Rota das Bandeiras e Rodovias do Tietê, profissionais com deficiência ocupam cargos diversos, como auxiliar administrativo, operador rodoviário, técnico de Segurança do Trabalho, entre outros. Para Luana, o acolhimento foi essencial para que pudesse desenvolver suas atividades: “Observo que hoje temos mais oportunidades para trabalhar. Independentemente das dificuldades e limitações, todos têm potencial. É um processo de adaptação, mas somos bem recebidos e conseguimos mostrar nosso valor.”
Desafios e avanços
Embora a Lei de Cotas seja um importante instrumento de inclusão, ainda há desafios a serem superados. Francisco acredita que além do incentivo das empresas, é fundamental que as pessoas com deficiência busquem oportunidades e capacitação contínua: “A igualdade de condições é garantida por lei, mas é importante que nós também nos atualizemos e aproveitemos as vagas disponíveis, sejam elas reservadas ou não.”
O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência reforça a necessidade de promover ambientes acessíveis e inclusivos, onde a diversidade seja uma força para o crescimento de indivíduos e organizações. O impacto positivo é mútuo: trabalhadores encontram oportunidades dignas, enquanto empresas se beneficiam de equipes diversificadas e engajadas.