Pesquisa revela que 53,8% dos profissionais não consideram justa a remuneração em relação às responsabilidades de seus cargos, destacando o impacto disso no engajamento e retenção de talentos no mercado de trabalho

De acordo com o Guia Salarial 2025, lançado pela Michael Page, uma das principais consultorias de recrutamento de média e alta gerência, mais da metade dos profissionais brasileiros (53,8%) acredita que a remuneração que recebe não condiz com as responsabilidades de seus cargos. Enquanto isso, 31,4% consideram seus salários justos e 14,9% permanecem indecisos. Esses números evidenciam um desalinhamento significativo que preocupa líderes empresariais, especialmente diante da escassez de talentos qualificados no mercado.

“Os dados refletem um claro descompasso entre as expectativas dos profissionais e os pacotes de remuneração oferecidos pelas empresas. Essa divergência afeta diretamente o engajamento e a produtividade, tornando-se uma questão crítica para organizações que buscam reter seu capital intelectual. As empresas devem monitorar com mais atenção os sinais de insatisfação para evitar uma fuga de talentos que, em última análise, enfraquece a competitividade do negócio”, afirma Lucas Toledo, diretor-executivo da Michael Page.

A pesquisa contou com a participação de 6,8 mil profissionais e empresas de todo o Brasil, abrangendo cargos de suporte à gestão, até posições executivas. O levantamento não apenas analisou percepções sobre remuneração, mas também como os profissionais avaliam seu desenvolvimento de carreira e o papel das organizações nesse processo.

Salário lidera prioridades dos profissionais

Segundo o estudo, o salário continua sendo o principal fator de motivação no ambiente corporativo, sendo citado como prioritário por 72,4% dos respondentes. Outros aspectos como equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (50,1%), benefícios (29,3%), ambiente de trabalho e cultura empresarial (27%), progressão de carreira e treinamento (23,8%), e reconhecimento (15,7%) também figuram entre os elementos de destaque.

“A remuneração continua sendo um dos principais fatores para a tomada de decisão da maioria dos profissionais ao considerar uma promoção ou uma nova oportunidade. Em busca de empresas que atendam suas expectativas financeiras e ofereçam benefícios competitivos, os talentos optam por organizações que compreendem as demandas e responsabilidades dos cargos. Estruturar pacotes de remuneração robustos é a chave para atrair e reter profissionais estratégicos, fortalecendo a competitividade e a capacidade de resposta da empresa”, conclui Toledo.

Os dados apontam para a necessidade de uma abordagem mais estratégica por parte das organizações, tanto no ajuste dos pacotes salariais quanto na criação de políticas que promovam um ambiente de trabalho atrativo. Em um mercado cada vez mais competitivo, compreender e atender às expectativas dos colaboradores pode ser o diferencial para garantir uma força de trabalho engajada e produtiva.

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