Nesta semana comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Ser mulher é muito mais do que simplesmente ter um gênero feminino, ser mulher é ter a capacidade de enfrentar e conquistar novos desafios, independentemente das dificuldades que possam surgir pelo caminho.

Mãe, filha, irmã, esposa, namorada, noiva, amiga, empreendedora, líder, dona de casa, confeiteira, médica, são tantas que não cabe aqui.

E tenho uma pergunta para te fazer: Você se considera boa o suficiente?

Você é aquela que se cobra o tempo inteiro e entende que para ter sucesso na vida pessoal e profissional tem de fazer tudo para ser perfeito como a “mulher maravilha”?

Eu já sofri e ainda sofro me cobrando de tudo e posso afirmar que as mulheres no geral que buscam a perfeição sofrem, pois acabam se autossabotando. Essa tendência é chamada de Síndrome da Impostora.

As pesquisadoras Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, da Universidade do Estado da Geórgia, publicaram, em 1978, o primeiro artigo com nomenclatura “impostor” usada para designar quem demonstrava sinais de auto boicote.  

É interessante observar  que este trabalho era direcionado para as mulheres. A dinâmica familiar e todo o machismo que rodeava o sexo feminino na década de 1970 as faziam não crerem nas suas próprias capacidades. O estudo avaliou 150 mulheres de sucesso e o resultado foi que todas acreditavam serem impostoras. “Contrariando realizações acadêmicas e profissionais, mulheres que apresentam o fenômeno do impostor insistem em acreditar que elas não são boas o suficiente e que apenas enganam quem pensa o contrário”, diz o artigo.

Para você entender se sofre desta síndrome, pense nos momentos que temos gatilhos e eles nos levam para este lugar da síndrome da impostora. Veja abaixo os pricipais:

E – evidência: quando somos colocadas em evidência empacamos, vamos conduzir uma reunião, travamos. E aí vem a síndrome do impostor, o que estou fazendo aqui, aí vem o machismo, que contribui muito para isto.

M – machismo: chegamos em uma sala de reunião cheio de ideias, aí entramos no local da reunião e o pessoal fala: “Olha quem chegou para ENFEITAR A NOSSA reunião.” Neste momento pensamos:  “Sou eu e o vaso de planta enfeitando a reunião, aí eu travo e não falo mais nada.”

P – poder:   quais são as referências que temos de mulheres no poder? São poucas e vivemos de referências para copiar, aí vem o gatilho para a síndrome do impostor.

A – avaliação: “acho que eu nunca fiz uma prova na minha vida que eu não teria ido bem, nunca tirei uma nota abaixo de 9,0. Nunca achei que ia passar no vestibular, passei em um dos primeiros lugares.” A gente nunca acha que vai passar e que sempre tem que fazer mais.

C – confronto: ninguém aqui foi ensinada a confrontar, chegamos em um casa e tem um casal de filhos, um menino e uma menina, aí a menina está desenhando e achamos: “Que fofa! Está desenhando comportada, que linda!”. Já o menino está em cima da árvore gritando e aí comentamos: “Ele só quer atenção.” Fomos ensinadas a ficarmos quieta e não confrontar para não dar trabalho. E quando somos colocadas nesta situação nos consideramos impostora.

A – ascensão:  pensamos que é preciso trabalhar muito para se destacar no trabalho, acreditamos que nos sentiremos mais seguras quando chegar a hora. E o pior é que não é assim, é inversamente proporcional. Quanto mais você cresce é que pensa que não deveria estar lá, que não pertence àquele grupo, não merece e quando acontece achamos que é sorte.

R – reconhecimento: quem aqui sabe falar obrigada depois de um elogio? Quantas vezes eu já escutei: “Nossa Akemi que blusa linda e aí eu falo, nossa ela é velha, é emprestada ou paguei barato.”  

Fomos educadas para aceitar que os outros erram, porém quando é conosco nos sabotamos. A sociedade nos impõe um padrão. Ainda nos dias de hoje ouvimos frases: “Foi promovida porque é amante do chefe”.

Nunca seremos e não existe ninguém perfeito. Mulheres como nós que estão sempre em busca de fazer o melhor, demonstramos bondade, empatia, sensibilidade, compaixão, entre outras características esperadas. E àquelas que não têm estes traços e possuem negócios e também conseguem carreiras de sucesso, não existe um padrão.

Temos que ter vontade de persistir e de dar certo. E em meu ponto de vista é isto que temos que valorizar.

Quero deixar aqui a minha admiração a todas as mulheres! 💐

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