Da Redação. Por: Elaine Lina

Neste Papo de Sábado hoje conversamos com Renato Russomanno – que assumiu a presidência da Associação Comercial e Industrial de Atibaia (ACIA) em janeiro deste ano para uma gestão de dois anos

JNV: Para começar, conte-nos quem é o Renato, qual é sua história?

Renato: Eu nasci em Atibaia, sou “atibaiano da gema”. Eu costumo dizer que sou meio dinossauro, porque eu sou de 1968 e quando eu nasci Atibaia ainda não tinha hospital – eu nasci na Santa Casa da cidade. Pra se ter uma ideia eu me lembro da inauguração do Hospital Novo e do Alberto Sabin. Eu também estudei aqui a minha vida inteira e só fui sair para fazer o colegial técnico, em Desenho de Comunicação – isso já nos anos 80. Eu estudei numa escola chamada IAD, em São Paulo, ali na (Av.) Rebouças, próximo à (Rua) Henrique Schaumann. Aliás, mais uma inauguração que eu me lembro: a do MC’Donalds da Henrique Schaumann, eu fui! (risos). Na época, eu tinha dezesseis anos e viajava todos os dias, de ônibus, para ir e voltar do colégio em São Paulo.

Um fato que me marcou nessa época foi a perda do meu avô. A minha família é de comerciantes e, em 1979, meu avô foi assassinado numa tentativa de assalto ao nosso comércio, aqui em Atibaia. O meu pai então pai assumiu a loja – a relojoaria e joalheria Russomano, que fica ali no calçadão, no centro de Atibaia, até hoje. A loja completou recentemente 77 anos e nós crescemos assim, sempre trabalhando no comércio.

O meu pai sempre fez questão da gente trabalhar e conquistar as nossas coisas. Ele me acordava todos os dias de manhã – nunca me deixou ficar dormindo, mesmo nas férias escolares. Aliás, ele sempre nos matriculava na escola para estudar de manhã, para que a gente se acostumasse a acordar cedo. E a partir de certa idade, era estudar de manhã e à tarde tinha que fazer alguma coisa, trabalhar mesmo. Na época era muito comum começar como office boy e foi assim que eu comecei também – fazendo pequenos serviços de banco, correio etc na loja da família.

Nessa época também de adolescente é que começou a despontar minha vocação para a Comunicação. Eu já era cartunista e queria ser o Maurício de Souza, queria mais ainda ser o Angeli – porque ele tinha um desenho um pouco mais caricatura, uma coisa diferente – e eu queria ser como ele, esse era o meu sonho. E eu conheci todos eles, o Ziraldo também. Nossa, com o Ziraldo foi o melhor contato que eu tive, porque pude ir no escritório dele e, apesar de não trabalhar com ele, eu tive toda uma abertura para conversar e tal. Foi fantástico. E foi nessa época então que eu fui para São Paulo para fazer o colegial técnico em Desenho de Comunicação.

Logo depois de começar a estudar eu passei a morar em São Paulo. Meu pai organizou tudo para nós e eu e minhas duas irmãs – que na época já faziam faculdade – moramos então num apartamento, ali na Av. Paulista, em frente à Brigadeiro. Eu estudava de manhã e à tarde eu fazia bicos, porque queria ganhar dinheiro. Eu não aprendi a ser rico, mas aprendi a ser trabalhador e independente. Até porque meu pai sempre se esforçou para nos dar tudo o que fosse necessário para nossa formação e sustento, mas qualquer outra coisa, como diversão etc, nós é que tínhamos que bancar. E isso me ensinou muito.

JNV: E quando você voltou para Atibaia e começou traçar a rota profissional que viria a seguir depois?

Renato: Então, enquanto morava e estudava em São Paulo, eu já começava a fazer alguns trabalhos paralelos de Comunicação. E como eu vinha muito para Atibaia, eu comecei a fazer muita coisa aqui e a ter mais contato com a área de Publicidade. Afinal, como minha família tinha o comércio e eu gostava de arte, eu uni as duas coisas e comecei a usar a minha arte para o nosso comércio – me desenvolvendo muito, portanto, na publicidade. Foi o caminho natural para mim. Hoje eu já não tenho mais tanto o know-how de desenhar, mas na época eu tinha e era realmente bom, e comecei assim a fazer alguns bicos em algumas agências aqui. Foi aí que eu decidi que estava na hora de fazer uma faculdade e me aperfeiçoar mais, para ir mais longe. Mais uma vez meu pai me apoiou e eu fui para a PUC-Campinas, cursar Educação Artística – ainda com o sonho de ser artista. Cursei seis meses e larguei a faculdade, porque um professor um dia me disse numa aula que história em quadrinhos não era arte. Eu então o desafiei a fazer uma história em quadrinhos – e ele respondeu que não conseguiria. Eu mostrei que eu conseguia. Mais que isso, quando eu perguntei o que então nós, alunos, faríamos depois de formados, ele me disse que que poderíamos dar aula de educação artística. Foi o que bastou para mim: no mesmo dia eu abandonei a faculdade e voltei para o mercado de trabalho. E a partir daí o trabalho foi a minha escola. Eu ainda fiquei até o fim do ano em Campinas, trabalhando, e depois voltei para Atibaia, no início dos anos 90.

JVN: E como foi sua readaptação aqui em Atibaia?

Renato: Bem, de volta a Atibaia, meu pai me colocou num curso de computação. Já naquela época ele sabia que o futuro era a informatização. Eu queria mesmo era saber de tinta nanquim, prancheta, mas ele não: ele dizia “você precisa dominar esse negócio, porque se você não souber o que é isso, você vai ficar de fora”. Eu concordei e ajudei meu pai a informatizar a joalheria. Ele comprava novos softwares e era eu quem os operava. Isso me fez me interessar por cursar diagramação – eu queria estudar na Anhembi Morumbi. Mas, pesquisando sobre outros cursos que havia lá, descobri a Publicidade e Propaganda. Decidi cursar, me matriculei e lá fui eu. Mas desta vez eu não me mudei daqui. Eu ia e voltava todos os dias porque eu já tinha, nesse período, uma miniagência dentro da joalheria, já atendia alguns clientes, então não podia me ausentar. Meu pai já havia falecido – ele partiu em 1993 – e eu então tocava a joalheria e meus clientes de publicidade, estudando em São Paulo.

Um pouco mais tarde, em sociedade com o Eduardo La Selva (que hoje mora no Canadá) e o Kaká Pompeu (hoje dono da TV Atibaia), eu fundei a minha primeira agência em Atibaia: a Cais RPA. Atendemos muitos clientes juntos, grandes clientes inclusive, como a Volkswagen, e eu segui trabalhando aqui durante o dia e estudando em São Paulo à noite até me formar e me fixar definitivamente em Atibaia.

No ano 2000 eu já havia fechado a minha agência e foi então que eu conduzi uma campanha política – e consegui eleger o Wagner Silva para vereador – que inclusive foi um dos presidentes da Acia. O Wagner que infelizmente veio a falecer depois, tendo sido a primeira vítima fatal de covid aqui em Atibaia. Enquanto eu atuava lá no diretório, eu vi anúncio numa revista de publicidade – que só eu lia – de uma vaga em uma multinacional japonesa para diretor de arte. Eu respondi ao anúncio, fui para São Paulo, fiz a entrevista e passei. Era setembro e eles queriam que eu começasse de imediato – mas eu negociei para começar somente depois das eleições – porque eu tinha que cumprir o compromisso assumido e concluir a campanha. Deu tudo certo e eu comecei nessa empresa em outubro – que era uma revista parecida com a nossa Veja, que circulava em Tóquio. A matriz era lá e a filiar era aqui – depois isso se inverteu e aqui ficou muito maior que lá. Eles tinham várias publicações de mangá e anime, e eu fiquei lá por alguns anos.

Até que eu me casei, veio o primeiro filho e eu me cansei de pegar fretado todos os dias – eu saía de manhã meu filho estava dormindo, eu voltava às nove da noite e ele estava dormindo… Até que eu resolvi encerrar minha história com essa empresa e voltar a empreender em Atibaia.

Voltei, abri outra agência e recomecei tudo outra vez. Eu sempre gostei de empreender e nunca tive medo – mesmo fracassando algumas vezes, porque isso faz parte.

JVN: E como foi essa trajetória – desde começar do zero uma nova agência até o seu momento atual?

Renato: Como eu disse, eu nunca tive medo nem de arriscar nem de errar, então fui fazendo algumas parcerias com outras agências – umas deram certo, outras não, porque eu não gosto de nada que seja muito quadrado, muito engessado. Eu gosto de inovar, de experimentar – mesmo que algumas tentativas não deem certo, mas eu vou tentando até acertar. E assim foi até eu chegar na minha empresa, a Quap Comunicação – hoje com 18 anos. Eu entrei para o home office em 2010 – muito antes da pandemia de covid. Desde 2010 eu tenho o escritório na minha casa, então, quando veio a pandemia, eu estava totalmente adaptado já – para mim não foi uma novidade, tão pouco um desafio ou um problema. Trabalhar em home office era para mim uma rotina e isso me ajudou muito naqueles anos tão difíceis para o mercado como todo. Hoje 99% da agência é terceirizada – e desde antes da pandemia eu já tinha esse modo de trabalhar que é montar as equipes de acordo com o projeto, a demanda. Terminou o projeto, desfaço aquela equipe e partimos para o próximo desafio. E devido às minhas atividades com a Quap, há pelo menos dez anos eu sou muito ativo na ACIA.

JVN: Conte-nos como foi seu encontro com a ACIA?

Renato: Eu praticamente nasci aqui na ACIA. Se você olhar lá na frente (ele diz apontando para a fileira de fotos de presidentes na parede), aquela primeira foto, que é a única preto e branca, quase desbotada, aquele é meu tio-avô – Atilio Russomanno. Ele foi o fundador da ACIA. Nossa… nós precisamos inclusive mandar colorir essa foto! (risos). O meu pai é o quinto, nessa mesma fileira – Jair Chaves Russomanno – aquele carequinha simpático de bigodes – é meu pai e foi o quinto presidente aqui da associação. Então, nós vivemos isso. Minhas irmãs trabalharam em algumas gestões aqui. Foram secretárias, tesoureiras, no conselho. E eu fiquei um tempinho, porque minha vida estava mais focada no lado profissional. E aí quando foi a gestão do Alessandro Roncoletta, ele me chamou. Na verdade, desde a época do Wagner Silva – antecessor do Roncoletta – eu já estava mais participativo. Mas foi o Alessandro que me chamou e disse “Renato, vamos lá, me ajuda nisso, eu quero colocar você no conselho”. Então eu fui, acompanhei o Alessandro nas duas gestões dele, e quando depois veio a gestão do Rubens (Carvalho), ele me chamou para ser o vice dele.

Presidentes citados por Renato Russomano – com exceção de Rubens Carvalho, cuja foto não está disponível no site (fotos: site da Acia)

E devido à agenda do Rubens, ele já sabia que não poderia permanecer no cargo por quatro anos – a gestão é de dois, e ele já avisou que não tentaria a reeleição. Ele me disse, já no primeiro ano dele: “olha Renato, eu já vou te preparar, para você se candidatar depois dessa minha gestão”. Então, na eleição seguinte, eu me candidatei perante o conselho e fui aprovado por unanimidade.

JVN: E como é a eleição dentro da ACIA?

Renato: A eleição acontece por meio do Conselho para eleger um presidente. O presidente eleito irá então nomear a sua diretoria executiva, que é bem enxuta: vice-presidente, secretário, tesoureiro, segundo secretário e segundo tesoureiro. Depois ele irá montar o Conselho – este já é maior, chega a ter umas quinze pessoas, entre cargos efetivos e suplentes. É importante pontuar que para ser um conselheiro é preciso ser associado há pelo menos dois anos – essa é uma forma de garantir que a pessoa conhece bem o funcionamento, as regras e demandas da Acia. Outro ponto importante é que o presidente elege o Conselho como um todo – mas depois de montado, esse Conselho irá se reunir sem a presença do presidente da Acia para indicar o presidente do Conselho. É o grupo que o escolhe – o presidente da Acia não indica o presidente do Conselho diretamente. Esse Conselho tem, entre outras incumbências, uma responsabilidade muito importante: quatro vezes por ano o presidente da Acia precisa apresentar a prestação de contas da sua gestão para análise e aprovação do Conselho. Tudo isso para assegurar a transparência da associação.

Além disso, temos também nossa equipe técnica, formada pelos nossos colaboradores registrados. O mais antigo é o nosso gerente, o Alessandro Soares, que já está aqui na casa há 29 anos.

JVN: E como é a estrutura da ACIA?

Renato: Além dos conselheiros e da diretoria, a Acia conta com uma equipe técnica, que é formada pelos nossos colaboradores fixos, devidamente registrados e que dão expediente todos os dias na associação. O mais antigo é o nosso gerente, o Alessandro Soares, que já está aqui na casa há 25 anos. Como tivemos um crescimento de 40% no número de associados na última gestão, já estamos – desde então – estudando uma reformulação da nossa estrutura, para aumentar a nossa capacidade de atendimento, sem perder qualidade. Tudo isso porque durante esse tempo nós conseguimos enxergar o verdadeiro perfil do nosso associado.

JVN: E qual é esse perfil?

Renato: O nosso associado é moderno, em sua maioria tem entre 25 a 45 anos, é uma pessoa antenada e que está em contato com as novidades tecnológicas, é alguém que compra e vende online, mas que também ainda gosta do presencial. E olhando para este perfil nós estamos conduzindo uma reformulação interna – até dos nossos espaços mesmo. Esta sala onde estamos agora é um exemplo disso. Aqui antes era uma sala de aula que é muito pouco usada – então agora nós transformamos numa sala multiuso: ela é uma sala de reunião, mas também pode funcionar como um co-work para associados e até uma sala de treinamentos também. E todos os nossos também podem ser locados.

JVN: E que outras mudanças estão acontecendo ou estão previstas para essa gestão?

Renato: Nós estamos investindo em várias frentes – e um aspecto que estamos focando bastante é a Comunicação. Entendemos que precisamos nos comunicar cada vez melhor, então, contratamos uma agência que tem uma grande expertise em tecnologia e que vem para dar novos ares, com muito mais foco e profissionalismo às nossas estratégias de comunicação.

Algumas mudanças que já podem ser notadas: a informatização de todas as áreas de respostas das nossas redes sociais, lembrando que estamos presentes em todas as redes – com exceção, por enquanto, do twiter. Temos um plano abrangente de comunicação e marketing, por acreditar que não existe milagre, não há uma única ação ou ferramenta que resolva tudo. Para ter uma comunicação eficiente é preciso ter um plano integrado e amplo, um conjunto de ações bem coordenadas.

JVN: Qual é a principal missão da ACIA e o que tem sido feito para cumprir essa missão?

Renato: O principal papel da ACIA eu diria que é agregar vendas para nossos associados. Nós fazemos o maior número possível de ações para que o nosso associado consiga vender mais. O nosso trabalho é esse: dar ferramentas de trabalho para que ele consiga prosperar no negócio dele. Para isso promovemos capacitação por meio das palestras e treinamentos; realizamos campanhas para fomentar as principais datas comemorativas do ano, que são cinco: dia das mães, dia dos namorados, dia dos pais, dia das crianças e Natal.

JVN: Poderia dar um exemplo de uma dessas campanhas promovidas pela Acia para aquecer o comércio local?

Renato: Claro: a campanha dos cupons é um grande sucesso. Por exemplo, no Natal passado só demos duas viagens de navio com acompanhante para sorteio entre os consumidores do comércio local. A pessoa que compra em uma das lojas associadas ganha um cupom para concorrer. Ela cadastra esse cupom no nosso aplicativo e passa a concorrer aos prêmios. E o comerciante não gasta absolutamente nada, nem para participar nem com os prêmios – ele só precisa aderir à campanha. E mais: quando o consumidor ganha o prêmio no sorteio, a loja onde ele comprou também ganha um prêmio igual.

O fato é que foi o terceiro ano de campanhas em todas essas datas – e só de campanhas de Natal são nove anos – e ainda não temos a adesão que queremos – atingimos por enquanto 50% de adesão, e estamos trabalhando para aumentar isso. Porque se adesão cresce, cresce também o atrativo para os consumidores, que por sua vez faz aumentar o consumo do nosso comércio como um todo. Ah, e temos uma regra de ouro aqui: qualquer prêmio, qualquer coisa que precisemos comprar, nós só compramos de associados. Com a única exceção que é material gráfico – que é o único produto que eu não consigo fechar em Atibaia por uma questão de custo-benefício e porque também temos de administrar os recursos da entidade com responsabilidade. Mas no mais, tudo é adquirido dos nossos associados. É a nossa forma de prestigiar e respeitar nossa rede.

JVN: E como tem sido o impacto do crescimento exponencial que Atibaia vem tendo da sua população e de empresas, como você vê isso?

Renato: de fato Atibaia tem tido um desenvolvimento fantástico. Claro, tem seus probleminhas estruturais como em qualquer toda cidade que cresce e precisa se adaptar. Nós temos atualmente uns cinco centros comerciais que a gente precisa explorar mais e a ACIA já vem fazendo isso, ou seja, saindo só do centro e olhando com mais atenção para esses outros locais, como por exemplo os bairros do Imperial e Cerejeiras em que o comércio já é muito grande e ferve o dia inteiro. Tem também a Av. Lucas Nogueira, que tem uma atividade gastronômica e de lazer muito intensa. Enfim, Atibaia hoje tem polos comerciais e industriais espalhados em vários pontos e nós estamos atentos a cada um deles.

JVN: Você acha que faz falta um shopping em Atibaia?

Renato: Sinceramente eu não vejo que um shopping iria agregar muito à cidade, não. Primeiro porque Atibaia já tem um comércio de rua muito diversificado e de ótima qualidade, que atende bem à demanda. O que talvez aconteça um pouco é um certo preconceito com o comércio de rua, medo de parar o carro – o que não se justifica, porque a cidade conta com uma segurança pública ótima, além de uma infraestrutura logística para estacionar que também atende bem a este perfil de público que gosta de caminhar aproveitar o que a cidade tem a oferecer.

JVN: Mudando um pouco de assunto, eu queria falar um pouco sobre as indústrias. Qual a proporção de associados que são indústrias e quais os planos da Acia para este segmento, considerando inclusive o destaque que esse setor teve com a primeira Expo Industrial que aconteceu no ano passado?

Renato: Eu posso afirmar que a representatividade do setor dentro da Acia hoje é de 100%. Porém, a participação dela é que é muito menor do que isso. Hoje eu não chego a ter 8% de associados da área industrial. E eu entendo que isso é devido à falta de comunicação o que faz com que a indústria não enxergue a associação como o comércio enxerga. A percepção da indústria é de que a Acia não tem produtos para ela, mas na verdade ela tem. Então o que está faltando é um melhor alinhamento da nossa comunicação para esse setor. Além, é claro, de trazer sim mais produtos específicos para ele. Inclusive, na Expo eu conversei lá com vários expositores e disse que na minha gestão eu vou trazer mais produtos para eles, e lá mesmo alguns já disseram que quando isso começar que eu posso chamá-los que eles virão para a associação.

JVN: E que produtos são esses que você pretende implementar para as indústrias na ACIA?

Renato: Veja, as indústrias em geral demandam muito por produtos de capacitação e desenvolvimento de lideranças, como treinamentos e workshops. E eles demandam também que se tenha um foco mais empresarial, trabalhar temas como exportação, redução de impostos etc. Fazer palestras e cursos com esses temas é que chama a indústria. Porque ele não trabalha com o consumidor final – então temos que ter ações que vão engrandecer o trabalho deles internamente.

Sobre a Expo, eu não exatamente quais foram os resultados finais, mas achei o evento fantástico e acredito que ela é muito importante para a nossa região, porque é nele que serão feitos os fechamentos de negócios. E aqui na Acia já estamos tratando disso e preparando um molde para atuar nessa base, ou seja, de encontros e eventos voltados para o B2B, para colocar os empresários frente a frente para conversar e gerar mais oportunidades de negócios e parcerias. Essa é apenas uma ferramenta, mas pretendemos implementar muitas outras. Esse primeiro produto já está maduro, pronto para ser colhido – ou seja, deve acontecer já muito em breve.

JVN: E como vocês definem quais ações precisam ser implementadas, onde colocar mais energia?

Renato: Nós fazemos isso por meio de pesquisas com nossos associados – pesquisas sistemáticas, por meio de formulários -, e também pelas reuniões semanais com a nossa equipe técnica. Ela é a nossa linha de frente – nossos colaboradores estão em contato direto com os associados no dia a dia e captam diretamente na fonte as solicitações, demandas e críticas. Então, todas as terças-feiras, antes de eu começar a atender ao público que agendou comigo – e eu fiz questão de implementar isso, ou seja, de passar a terça-feira inteira recebendo e conversando com quem quiser agendar -, nós realizamos a nossa reunião semanal interna e nela a minha equipe interna me passa toda a sua percepção. Com esse feedback e com as pesquisas é que a gente define as prioridades de ações. A partir da dor que eles trazem dos associados para essas reuniões é que a gente vai definir o remédio.

JVN: Para encerrar, que mensagem você gostaria de para os leitores dessa entrevista?

Renato: Queria apenas dizer que o que eu faço, eu faço de coração. E deixar registrado que eu estou muito feliz porque realizei o sonho da minha vida, que era me tornar presidente da ACIA. Só quem sabia disso era a minha família, que sabe com que amor eu ocupo esse cargo. E o pessoal do Conselho também, que quando elegeu a minha chapa para eu ser o sucessor, me ouviu dizer que isso não era algo comum para mim, mas sim a realização de um sonho. Então, assim, eu tenho muito amor por isso aqui, eu visto a camisa mesmo, tanto que a minha mulher até já me disse uma vez que se eu gostasse de tatuagem, que com certeza eu tatuaria o símbolo da Associação Comercial (risos). Porque assim, o amor que eu tenho por essa associação é realmente muito grande e se precisar eu até brigo para defender isso aqui. E por isso eu me sinto um homem muito realizado.

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