Resultado aponta desaceleração em relação a março; indústria de transformação recuou 0,5% no mês

A produção industrial brasileira registrou leve crescimento de 0,1% em abril de 2025, segundo dados com ajuste sazonal. O resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que projetava alta de 0,6%, e mostra desaceleração frente ao desempenho de março, quando a indústria avançou 1,2%.

Desempenho por setores e categorias econômicas

Das 25 atividades industriais analisadas, 13 registraram crescimento. Os destaques positivos foram indústrias extrativas (+1,0%), bebidas (+3,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (+1,0%) e impressão e reprodução de gravações (+11,0%). Já entre os setores que recuaram, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,5%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,5%) exerceram as maiores pressões negativas.

Entre as grandes categorias econômicas, houve crescimento nos segmentos de bens de capital (+1,4%), bens intermediários (+0,7%) e bens de consumo duráveis (+0,4%). O único recuo foi registrado nos bens de consumo semi e não duráveis, com queda de 1,9%.

Avaliação da Fiesp indica estabilidade e perda de tração

De acordo com a análise da Fiesp, o setor industrial como um todo entrou em um estágio de estabilidade em abril, com 14 segmentos acelerando, 8 em nível neutro e 3 em desaceleração. Apesar disso, o número de setores em desaceleração aumentou em relação a dezembro de 2024, sinalizando acomodação da atividade.

“O setor industrial, especialmente a indústria de transformação, é altamente sensível aos juros e tem sentido os efeitos das condições financeiras restritivas”, aponta a Fiesp em nota. A entidade também alerta para os impactos do cenário internacional mais adverso, com desaceleração global e aumento das incertezas nos investimentos produtivos.

Perspectivas para 2025 incluem estímulos à demanda

Apesar das dificuldades, a Fiesp destaca que iniciativas do governo, como a liberação de recursos do FGTS e a ampliação do crédito consignado privado com juros mais baixos, podem ajudar a estimular a demanda e contrabalançar parte dos efeitos negativos da política monetária.

A projeção da Fiesp para o crescimento da produção industrial em 2025 é de 1,3%, uma desaceleração frente aos 3,1% registrados em 2024.

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