A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) coloca o Brasil em destaque no cenário da privacidade digital, exigindo um olhar atento para novos riscos e oportunidades
A proteção de dados se tornou um dos principais desafios para organizações no Brasil em 2025, acompanhando a crescente digitalização e o ritmo acelerado das inovações tecnológicas. O fortalecimento da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) como órgão regulador reforça a importância da conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), mas também traz novos desafios, especialmente em setores sensíveis como saúde, educação e serviços financeiros.
A adoção de tecnologias emergentes, como a inteligência artificial (IA), aumenta a complexidade desse cenário. Por um lado, a IA apresenta soluções inovadoras para análise e segurança de dados. Por outro, levanta preocupações sobre o uso ético e transparente dessas informações, destacando a importância de estabelecer diretrizes claras sobre a privacidade e o tratamento de dados.
O impacto da hiperconectividade na segurança digital
As estatísticas recentes revelam a gravidade do cenário de crimes cibernéticos no Brasil. Segundo levantamento da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP), o número de crimes digitais cresceu 45% em 2024, com cerca de 5 milhões de fraudes registradas. Um em cada quatro brasileiros sofreu uma tentativa de golpe, sendo que quase metade desses casos resultou em vítimas.
De acordo com a empresa de cibersegurança Check Point Research, em 2024 as organizações brasileiras enfrentaram, em média, 1.100 ataques cibernéticos por semana, um aumento de 30% em relação ao ano anterior. Esses números reforçam a urgência de medidas efetivas de proteção de dados no país.
LGPD e a adaptação das empresas: um caminho desafiador
A implementação da LGPD representa um marco importante na proteção da privacidade, mas as pequenas e médias empresas (PMEs) ainda enfrentam dificuldades para se adaptar. Apesar de representarem 99% dos negócios brasileiros, conforme dados do Sebrae, muitas PMEs carecem de recursos estruturais e financeiros para atender às exigências da lei.
“As empresas precisam enxergar a proteção de dados não apenas como uma exigência legal, mas como um valor que agrega credibilidade ao relacionamento com clientes”, destaca Christine Albiani, responsável pelo departamento de dados da Huggy. Segundo ela, a LGPD trouxe uma nova era para a gestão de informações no Brasil, e as organizações devem estar preparadas para lidar com as mudanças constantes no cenário regulatório e tecnológico.
Cinco práticas essenciais para proteger dados corporativos
- Realizar auditorias periódicas: Identificar vulnerabilidades nos processos e sistemas e planejar melhorias.
- Investir em capacitação: Treinar equipes sobre segurança da informação e conformidade com a LGPD.
- Adotar medidas de cibersegurança: Utilizar criptografia, autenticação de dois fatores e realizar backups regulares.
- Criar uma cultura de privacidade: Promover a conscientização de todos os colaboradores sobre a importância de proteger dados.
- Manter um canal de comunicação com a ANPD: Estar atualizado sobre normativas e boas práticas.
O papel da conscientização e da celebração do Dia da Proteção de Dados
O Dia Internacional da Proteção de Dados Pessoais, celebrado em 28 de janeiro, reforça a importância de práticas sólidas de privacidade e segurança, especialmente em um mundo cada vez mais conectado.
“Essa data serve como um lembrete para empresas e pessoas reconhecerem a relevância de proteger informações sensíveis. A privacidade deve ser tratada como um direito fundamental e parte essencial de qualquer organização”, reforça Christine.
Com o cenário atual, a proteção de dados deixou de ser apenas uma questão técnica ou legal e se tornou um pilar estratégico para organizações que buscam credibilidade e confiança em um mercado cada vez mais digital e competitivo.