Em tempos de metaverso e crescimento exponencial do home office, é comum que a relação entre empresas e colaboradores se torne cada vez mais ‘virtual’. Reunião por vídeo já virou rotina e até dinâmicas de grupo já são realizadas à distância – tudo pela telinha do computador ou celular.

Isso sem dúvida acrescenta muita agilidade nas comunicações e nas práticas também. Mas vale sempre lembrar: cada rostinho por traz daqueles quadrinhos no chat é uma pessoa com uma história, uma família, expectativas, sonhos – uma vida real que segue em 4D depois que ela desliga o chat. Então, vale lembrar aos RH’s e RP’s de plantão que não se pode pasteurizar toda a comunicação e relações da empresa com seus times em kits virtuais sem levar em conta a necessidade – ainda latente – das pessoas de serem notadas em sua plenitude.

A consultoria Robert Half realizou um estudo em julho de 2021 e constatou que 63,8% dos participantes gostariam de trabalhar mais dias da semana em casa do que no escritório, e que 76,5% já encaram o home office como regime de trabalho oficial e não mais como benefício. Mais ainda: o estudo mostrou que os colaboradores estão dispostos a buscarem novas oportunidades profissionais caso seus empregadores atuais optem pelo trabalho presencial (entre os entrevistados, 44,1% são mulheres e 31,4% homens). Ou seja, o virtual é sim um caminho sem volta no ambiente de trabalho da maioria das empresas. Mas olhando por outro prisma, essa preferência por trabalhar mais tempo de casa também demonstra que as pessoas têm valorizado cada vez mais a presença junto à família, a uma rotina mais saudável. E tudo isso deve ser considerado quando se faz um planejamento de comunicação interna e cultura organizacional.

Por isso as estratégias de employer branding que valorizem a humanização das práticas e condutas de gestão de pessoas estão cada vez mais no centro das discussões do board para retenção de talentos. Sistemas híbridos, com encontros presenciais periódicos, kits de onboarding cada vez mais completos e criativos, pautas sobre segurança psicológica, políticas claras de diversidade e inclusão, entre outras iniciativas, têm se mostrado eficientes na retenção de talentos, mas ainda há muito o que se descobrir e se fazer. E o principal passo na direção de uma gestão de sucesso diante de todo esse cenário é: ouça seu público interno. Conheça-o. Seja por meio de pesquisas e sondagens periódicas, na observação direta do dia a dia, da promoção de grupos de debates internamente… Ouça-os. O modelo do vizinho pode ajudar muito – o velho benchmarking, claro, ainda é importante. Mas cada grupo de pessoas forma contornos únicos de um organismo que demanda atenção e planejamento personalizados.

Portanto, sim, use e abuse (pero no mucho) da tecnologia – mas como ferramenta para conectar as pessoas e facilitar a vida delas. Mas no fim, as empresas ainda são feitas de pessoas, para pessoas. Até a próxima!

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