Hoje, eu vou ser um pouco mais direto. Talvez até mais provocativo. Porque tem coisa que precisa deixar de ser só pauta de evento e virar pauta de liderança.
Se a gente continuar tratando o tema das gerações como um conflito, e não como uma construção coletiva, vamos seguir adoecendo e afastando quem mais poderia transformar o jogo.
Então invista 5 minutinhos nesse artigo porque hoje o papo é sério e urgente!
Esses dias eu mergulhei na segunda edição da pesquisa nacional “Juventudes e a Pandemia”, que ouviu mais de 68 mil jovens brasileiros em 2021. E o que encontrei ali não foi só um retrato de uma geração. Foi um alerta!

Estamos diante de uma juventude que não está apenas com medo do futuro, ela está se sentindo sozinha nesse futuro.
Ansiedade, estresse, solidão, depressão. Essas palavras aparecem como trilha sonora da Geração Z no Brasil pós-pandemia. Mas o mais assustador não são os números. É o silêncio.
A falta de escuta. A ausência de ponte. A demora em agir.
Muitos jovens querem falar, mas não encontram espaço. A escola finge que ouve. A empresa cobra maturidade, mas não acolhe vulnerabilidade. E nesse jogo de empurra, a saúde mental virou luxo. Se você é líder e nunca pensou que o seu turnover pode ter a ver com ansiedade, tá na hora de olhar diferente.
Outro dado que me explodiu a cabeça foi sobre a educação remota. A solução que parecia mágica virou tragédia silenciosa.
Falta de internet, falta de suporte, falta de estrutura.
Jovens deixaram de estudar não porque “não ligam pra escola”, mas porque a escola não chegou até eles. E antes que alguém venha com o discurso de “mas na minha época…”, deixa eu te lembrar:
A sua época não tinha 3 telas te distraindo e nenhuma rede te sustentando.

Quem trabalha com educação ou formação corporativa precisa entender:
Não dá mais pra ensinar com o mesmo modelo da Revolução Industrial num mundo de algoritmo.
A pesquisa também mostra como o mercado de trabalho tem empurrado a juventude pro canto da sala. Desemprego, informalidade, subempregos. E, quando conseguem entrar nas empresas, são tratados como “mimados” por não aceitarem ambientes tóxicos.

Mas peraí…
Quem disse que querer saúde mental virou sinônimo de preguiça?
Quem definiu que flexibilidade é falta de caráter?
Como diz o Alvin Toffler, e eu repito bastante (vou continuar insistindo em algumas frases como fundamento para aquilo que venho construindo).
“Os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não conseguem aprender, desaprender e reaprender.”
E talvez essa seja a lição que o mundo corporativo mais precise.
Tem um dado lindo na pesquisa: Apesar de tudo, a juventude quer transformação. Eles querem votar, inovar, empreender, se conectar. Mas o sistema ainda espera que eles se “comportem”, que “esperem a vez”, que “mostrem mais maturidade”. Ou seja: Queremos inovação com cara de 1995.
Esse texto aqui não é pra culpar ninguém. É pra convidar todo mundo. Seja você professor, pai, empresária ou mentor. Se a juventude se desconectou do futuro, talvez seja porque a gente insistiu demais no passado. E quando eu falo gente, me incluo também. Por isso tenho batido tanto na tecla:
“Toda empresa precisa ser uma escola.”
Uma escola que forma comportamento, cultura, vocabulário e visão de mundo.
Se você chegou até aqui, te deixo algumas perguntas:
- Sua empresa realmente sabe escutar quem tem menos de 25?
- Sua escola está conectando o conteúdo com o mundo real?
- Seu setor está atraindo ou afastando talentos jovens?
Se a resposta for “não sei”, esse texto foi escrito pra você.
Vamos parar de cobrar tanto da juventude e começar a construir mais com ela?
O futuro não está vindo.
Ele já chegou.
E ele tá mandando DM.
Só falta você responder!

Palestrante, comunicador e entusiasta das gerações. Estuda recursos humanos e empreende nas áreas de Comunicação e Marketing. Criou a primeira agência de marketing do Brasil focada em comunicação geracional (Pós Z Company), sediada em Bragança Paulista, onde atualmente só contrata colaboradores da Geração Z e Geração Alpha. Dedica-se a construir um ecossistema de comunicação geracional para preparar jovens para o mercado de trabalho futuro e conscientizar as empresas para receberem esses jovens com sua nova agenda e visão de mundo.